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    Salif Keita: a Pantera de Bamako

    Texto por João Pedro Silveira
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    Com somente quinze anos, o jovem Salif Keita vestia a camisola da seleção do Mali, precocemente tornando-se numa estrela do futebol local. Depois de começar no Pionniers Ouolofobougou, passou para o Real Bamako, clube da capital onde chamou a atenção dos dirigentes do Stade Malien, o maior clube do Mali.

    As suas exibições no Stade Malien e na seleção nacional, despertaram a cobiça do Saint-Étienne, o então maior clube francês, que enviou prontamente um emissário a Bamako, com o intuito de contratá-lo. 
     
    Um táxi para a glória
     
    Keita aceitou a proposta e mudou-se para o «hexágono», sem pensar duas vezes... Chegado a Paris, e sem nenhum dirigente dos «verts» à sua espera na gare, pois só era suposto chegar uns dias mais tarde, resolveu apanhar um táxi à saída do aeroporto em direção a Saint-Étienne, que dista uns módicos 500 quilómetros da Cidade Luz...
     
    Do valor total da fatura não reza a história, mas a verdade é que os dirigentes do clube do Loire não gostaram muito da surpresa, e muito menos da conta...
     
    Apesar do desencontro inicial, e do caso do táxi, os dirigentes não desistiram do jogador e obviamente não se arrependeram da decisão.
    Durante cinco anos e em 167 partidas, apontou 135 golos, tornando-se fundamental na conquista de três campeonatos e duas Taças de França. Em 1967, com uma marca extraordinária de 42 golos, recebeu a Bota de Prata, destinada ao segundo melhor marcador do continente europeu. Três anos depois, conquistava o continente africano, sagrando-se o «Futebolista Africano do Ano», num justo reconhecimento da revista France Football.
     
    No coração dos «verdes»
     
    Felino, com uma força inusitada, era um atleta de primeira, que conseguia em campo fazer tudo que os melhores jogadores brasileiros faziam. 
    Fascinados com a sua estrela maliana, os adeptos do clube levaram um passo à frente as suas juras de amor a Salif Keita, cimentado a relação com uma proposta para a alteração do próprio emblema, sugerindo a introdução de uma pantera no escudo. A direção, maravilhada com a Pantera de Bamako, alterou o símbolo do clube, incluindo o felino que ainda hoje está presente no escudo dos «verts», homenageando assim para a posteridade o astro maliano.
     
    Depois do sucesso em Saint-Étienne, rumou ao sul, a Marselha e ao Olympique, onde junto às margens plácidas do Mediterrâneo, conheceu novos sucessos, formando uma dupla temível com o jugoslavo Skoblar.
     
    Em Marselha, a mudança de ares não foi profícua, e tudo piorou quando os dirigentes do clube tentaram forçar a sua naturalização.
    Insatisfeito, bateu a porta e rumou para sul, atravessando a fronteira para jogar no Valencia. A sua chegada provocou alguma celeuma, com a imprensa local a ser acusada de racismo, depois de um jornal titular na primeira página, que o «Valencia fora buscar alemães e voltara com um negro».
     
    Passagem por Alvalade
     
    Mas no clube «ché», Keita foi adorado, tornando-se num dos ídolos das bancadas e sendo carinhosamente chamado de «Pérola Negra do Mali». Passadas três épocas de branco, é convidado pelo Sporting, onde o Presidente João Rocha, e apesar dos seus trinta anos, pensa ter encontrado a estrela capaz de fazer esquecer Yazalde, entretanto saído para Marselha.
     
    Em três épocas em Alvalade, apontou 32 golos, tornando-se numa das principais estrelas do clube leonino, tornando-se numa das maiores referências da história verde-e-branca.
     
    Em 1979, já com 34 anos, muda-se para o New England Tea Men, de Boston, onde pendurou as chuteiras no fim da carreira...
    Keita aceitou a proposta e mudou-se para o «hexágono», sem pensar duas vezes... Chegado a Paris, e sem nenhum dirigente dos «verts» à sua espera na gare, pois era suposto chegar uns dias mais tarde, resolveu apanhar um táxi à saída do aeroporto em direção a Saint-Étienne, que dista uns módicos 500 quilómetros da Cidade Luz...Com somente quinze anos, o jovem Salif Keita vestia a camisola da seleção do Mali, precocemente tornando-se numa estrela do futebol local.
     
    Depois de começar no Pionniers Ouolofobougou, passou para o Real Bamako, clube da capital onde chamou a atenção dos dirigentes do Stade Malien, o maior clube do Mali.
     
    As suas exibições no Stade Malien e na seleção nacional, despertaram a cobiça do Saint-Étienne, o então maior clube francês, que enviou prontamente um emissário a Bamako, com o intuito de contrata-lo. 
    Keita aceitou a proposta e mudou-se para o «hexágono», sem pensar duas vezes... Chegado a Paris, e sem nenhum dirigente dos «verts» à sua espera na gare, pois era suposto chegar uns dias mais tarde, resolveu apanhar um táxi à saída do aeroporto em direção a Saint-Étienne, que dista uns módicos 500 quilómetros da Cidade Luz...
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    Comentários

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    Um encanto vê-lo jogar
    2022-03-23 17h52m por lichinho
    Poucos dos leitores do zerozero terão tido, como eu, o privilégio de ver Salif Keita jogar no antigo Estádio de Alvalade. Recordo com saudade, foi um dos melhores jogadores que já vi, mesmo apesar de na altura já sofrer muitas lesões.
    A forma como tratava a bola era deslumbrante. Cada vez que íamos ao estádio, esperávamos o locutor de serviço dizer a equipa inicial e era uma desilusão quando ele não jogava. Já sabíamos que estava lesionado, mas havia sempre uma esperança.

    Obrigado ao zerozero por recordar este magnífico jogador!