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O sítio dos Gverreiros
António Costa
2024/04/12
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"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

Os tempos de mudança que se viveram em Braga recentemente tiveram um começo nefasto para os objetivos da equipa, uma vez que a receção ao Arouca representou uma estreia aziaga para o novo treinador Rui Duarte, que deve comandar os Gverreiros do Minho até ao final da temporada. O conjunto arouquense foi recebido com excesso de cortesia na Pedreira, com os bracarenses a estenderem uma passadeira vermelha ao longo do primeiro tempo, altura em que o resultado ficou, praticamente, definido com os dois golos surgidos, além de outras oportunidades desperdiçadas, num jogo em que as hostilidades foram abertas pelo defesa turco Serdar que marcou de cabeça na baliza errada e onde as fragilidades defensivas ficaram, uma vez mais, evidentes.

A equipa da Serra da Freita, orientada por Daniel Sousa, que na próxima época se muda de armas e bagagens para Braga, geriu o segundo período e antes do fim ainda conseguiu marcar mais um golo, que deu números humilhantes à derrota brácara, ainda que mais um golo mal anulado a Banza, no início do segundo período, possa ter impedido a recuperação do «ouro» entregue antes aos visitantes no período inicial do encontro. Nunca saberemos o que poderia ter acontecido sem aquela anulação. Os braguistas observaram in loco as razões que levaram à contratação de Daniel Sousa, mas não se importavam mesmo nada que essa constatação tivesse chegado uma ou duas semanas mais tarde.

O insucesso verificado fez soar os alarmes na Pedreira e a equipa bracarense tem novo e exigente desafio ali próximo de Cascais, onde os braguistas esperam ver o SC Braga entrar na linha do Estoril e recuperar algum fôlego que faltou na respiração ofegante da Legião do Minho nos últimos dias, em resultado da desconfiança que se instalou na mente de todos, o que exige uma enérgica reação nesta segunda vez que Rui Duarte comanda o arsenal minhoto. Agora já com o Capitão Ricardo Horta em total disponibilidade, a tentar reentrar no comboio da convocatória do Euro 2024.

A liga portuguesa parece entregue aos leões, tal a superioridade demonstrada ao longo da competição, onde os jogos caseiros ganharam relevância marcante com o triunfo a acontecer em todas as partidas ali realizadas. Então, se vencer a partida que está em atraso em Famalicão as faixas ficam praticamente entregues. O segundo lugar parece estar longe das lutas que existem noutras posições, em função dos resultados negativos das equipas precedentes na tabela, onde a última jornada criou um cenário impensável de três equipas, FC Porto, SC Braga e Vitória SC, separadas por escassos dois pontos na luta pelo último lugar do pódio. Veremos, em breve, se esta luta se desvanece e quem terá melhores argumentos globais para sorrir no final.

A parte baixa da classificação parece ter o caminho da despromoção indicado a Chaves e Vizela, havendo depois um conjunto alargado de equipas que tentam fugir ao confronto com o terceiro classificado da segunda liga, uma vez que o histórico favorece inequivocamente quem está no escalão secundário, mas apresenta uma dinâmica de vitória que contrasta com quem registou uma caminhada de insucesso no escalão principal. A verdade é que todos querem evitar esse momento e a luta promete ser intensa até ao fim.

Voltando ao SC Braga, a viagem distante ao terreno do Estoril pode reenquadrar os arsenalistas nos trilhos do sucesso mais condizentes com a qualidade aparente do plantel, mas que precisa sempre de confirmação no relvado, devendo ser evitada qualquer tentativa de repetição daquele primeiro tempo que se viu frente ao Arouca, pois as consequências advindas lesam bastante os objetivos coletivos. O momento diz que nada está perdido, mas que as coisas ficam mais apertadas a cada jornada que passa e é bom que todo o grupo que Rui Duarte lidera se mostre capaz de enfrentar a reta final difícil que o calendário preparou, sob pena de as palavras de circunstância serem contrariadas com a má prática no relvado.

Vamos à luta, que ela vai ser exigente e requer muita competência, atitude e uma união que fortaleça o coletivo em detrimento do individual.



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