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O sítio dos Gverreiros
António Costa

Tempo como aliado

2024/04/19
E0
"O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

O SC Braga reentrou no trilho do sucesso na recente visita ao terreno do Estoril. Foi o terceiro duelo com a equipa da linha esta temporada, que se traduziu no terceiro êxito, depois de antes ter vencido na Pedreira, para a liga portuguesa, e em Leiria, na final inesperada da Taça da Liga, que coroou os Gverreiros do Minho como os Campeões de Inverno.

O treinador Rui Duarte, que se estreara em casa frente ao Arouca da pior forma, teve em seguida uma semana de trabalho que lhe permitiu introduzir diversas alterações na sua equipa, com as entradas no onze inicial de Paulo Oliveira, Borja, Vítor Carvalho, Ricardo Horta e Álvaro Djaló. Ora, o regresso do central à defesa e a inclusão do Capitão a completar o triângulo do meio-campo emprestaram maior solidez defensiva à equipa, em detrimento de algum perfume perdido no futebol apresentado. Era chegada a hora do pragmatismo falar mais alto. O encontro foi bastante amarrado e tático, não havendo muitas oportunidades de golo, mas Álvaro Djaló voltou a ser decisivo ao mostrar cabeça no momento de definir o lance do único golo observado, tendo beneficiado da ausência do miúdo Roger devido a decisões internas do clube, em defesa dos seus legítimos interesses, que estão acima de qualquer individualidade.

O regresso dos adeptos a Braga, depois de muitas centenas de quilómetros percorridos de autocarro, foi feito com um sorriso no rosto, que superou o cansaço existente, e a equipa também podia voltar a sorrir, sem grandes exageros, depois de se colar no terceiro lugar e fugir um pouco ao seu perseguidor na tabela, uma vez que os seus adversários diretos tinham empatado os respetivos duelos.

O atual técnico minhoto tinha, aparentemente, mais uma semana para trabalhar algumas ideias e consolidar um pouco mais alguns detalhes de um processo em que é preciso todos acreditarem. Contudo, a vida pessoal trouxe-lhe uns dias de tristeza e menor disponibilidade para esse trabalho de acordo com o que estava planeado. Pelo momento de dor que atravessou, gostaria de expressar as minhas condolências a Rui Duarte e desejar que o sorriso reentre na sua família o mais rapidamente possível.

À medida que a competição se aproxima do fim, os jogos são cada vez mais difíceis de vencer, pois as equipas agarram-se ao que têm e, por vezes, ao que não têm, bem à maneira de um náufrago que se amarra a tudo na tentativa de salvamento. É neste contexto que o lanterna vermelha Vizela visita a Pedreira, numa partida em que nada tem a perder e pode ter tudo a ganhar. Os vizelenses chegaram ao indesejado último lugar na jornada anterior, depois de perderem no seu estádio frente aos flavienses, que assim passaram o testemunho ao seu rival direto.

Apesar do contexto de menor disponibilidade de Rui Duarte acima explicado, o treinador teve mais alguns dias para trabalhar com a equipa, tendo esse tempo como aliado na consolidação de processos e, essencialmente, na criação de condições para chegar ao triunfo. Aos adeptos é pedido o apoio sem condições, uma vez que nesta fase é mais importante vencer do que dar espetáculo, que poderia ser procurado noutras condições e que pode surgir a qualquer momento, pois o convite é contínuo. 

A partida frente ao Vizela tem como objetivo primordial a conquista dos três pontos, uma vez que antecede uma deslocação complicada e um começo de uma reta final onde se avistam diversos obstáculos, que exigem competência da equipa e união com os adeptos no apoio, uma vez que as duas partes juntas formam um coletivo mais forte e mais próximo do sucesso.

Uma nota final para a equipa de Sub 19 que lidera a fase de apuramento de campeão, fruto de sete triunfos que contrastam com uma derrota consentida, curiosamente em casa, frente aos leões, onde já foram vencer no início da segunda volta, em jeito de retaliação, na anterior jornada. Segue-se o Famalicão que visita a Cidade Desportiva na qualidade de atual campeão. A minha referência desta nota é para valorizar o que de bom foi feito até aqui, de modo a dizer ao grupo de trabalho que não tenha medo de ser feliz e continue em busca de um sonho, sem com isto aumentar a pressão de vencer, uma vez que lutar para ganhar algo só pode ser visto com bons olhos por todos. Boa sorte equipa, sem medo de procurar ser feliz.



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