Mourinho e a saída do Tottenham: «Ridícula, num clube que tem a sala de troféus vazia»

A cumprir a terceira temporada ao serviço da AS Roma, José Mourinho concedeu uma entrevista ao podcast do seu ex-jogador no Chelsea, John Obi Mikel, o The Obi One, no qual abordou vários temas da sua carreira. Desde a atual aventura ao serviço dos giallorossi, às saídas de dois dos maiores craques do futebol atual do seu Chelsea, ou mesmo da forma como terminou as aventuras nos blues e no Tottenham, o técnico português não fugiu a nenhum assunto. 

«Estou feliz aqui, mas estou no final do meu contrato, pelo que a decisão passa a ser do clube. Estou concentrado no dia de hoje e em dar tudo. Tenho um clube muito bom, com muitas pessoas simpáticas e um grupo de jogadores que não são os melhores jogadores do mundo, mas são muito, muito bons rapazes e bons jogadores. Os adeptos são fantásticos e a cidade é espantosa, por isso estou muito feliz aqui», explicou inicialmente, sobre o emblema da capital italiana.

As opções de Salah e De Bruyne em sair do seu Chelsea: «Eram miúdos que não podiam esperar»

«Partiram porque quiseram partir. Não quiseram esperar e a história prova que essa decisão foi acertada. Quando as pessoas me dizem que deixei sair o Salah, digo exatamente o contrário. Fiquei com o Salah. Fui eu que disse para o comprar. Ele estava para ir do Basileia para o Liverpool e eu fiz uma luta e uma guerra para que ele viesse para o Chelsea», contextualizou, sobre a chegada e debandada dos dois astros de Liverpool e Manchester City.

«Com o Kevin [De Bruyne], fizemos a pré-época na Ásia. O Chelsea queria que o Kevin fosse emprestado a um clube alemão, e eu disse: "Não, quero-o comigo". Ele ficou e começou a Premier League como titular. Depois disso, jogámos a Supertaça Europeia, em Praga, contra o Bayern e ele não jogou. No dia seguinte quer sair. Ambos eram apenas miúdos que não podiam esperar. E a sua carreira mostra que tinham razão», acrescentou.

Chelsea e Tottenham: a origem para as saídas

Sobre a forma como terminou a segunda passagem pelos blues e a aventura nos spurs, o Special One foi pragmático nas respostas... sobretudo acerca dos Lilywhites:«No Chelsea, ainda pergunto porquê… Normalmente, há diferentes razões para os resultados não serem bons. Uma delas é quando a relação e a empatia entre o treinador e o balneário não é boa. Não se pode despedir 20 pessoas e isso não aconteceu no Chelsea.»

José Mourinho Tottenham 2019/2020

35 Jogos
16 Vitórias
9 Empates
10 Derrotas

56 Golos
45 Golos sofridos

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«A mais ridícula foi num clube que tem uma sala de troféus vazia e que me despede dois dias antes de uma final. Essa foi aquela que, vá lá... O Tottenham nunca ganhou e eu estou a dois dias de uma final e não consegui», disparou.

Os insucessos do United? «Com estas pessoas, nunca vão conseguir ir a lado nenhum»

A concluir, o treinador natural de Setúbal abordou a passagem pelo Manchester United: «Dei tudo o que podia. O segundo lugar que conseguimos [em 2017/18] ainda é o melhor depois da geração de Alex Ferguson, a Liga Europa [em 2016/2017] ainda é a maior conquista da última década. Naquele clube, ainda há pessoas, não só jogadores, que, já na minha altura, dizia "Com estas pessoas, nunca vão conseguir ir a lado nenhum". E ainda lá estão.»

«Não me arrependo, os adeptos do Man United sabem que dei tudo e que adoro o clube. Fui lá uma vez com a Sky [Sports], estava no camarote e o estádio inteiro virou-se para mim, a aplaudir e cantar para mim», finalizou.