Um velho conhecido

O avançado iraniano do FC Porto teve um jogo à sua medida. Depois de passar por uma fase menos exuberante, Taremi foi um dínamo das ações ofensivas do FC Porto. A mudança tática revelou um jogador pronto para jogar no seu habitat natural e tudo fluiu bem. Um golo, uma assistências e várias ações que colocaram a equipa flaviense em sentido.

Ele não sabe jogar de outra forma: vertiginoso, repentino, fulminante, astuto e audaz. Francisco Conceição assinou um golo espetacular, na cobrança de um livre direto, deixou o lado esquerdo da defesa transmontana sem saber como reagir e acelerou o jogo com grande mestria. Não surpreendeu, mas a nota alta constante merece destaque.

Quase já não existem palavras para classificar as qualidade de Pepê. O internacional brasileiro teve o toque de Midas para desbloquear o resultado, na primeira vez que atacou o espaço livre. Sofreu a falta que deu origem o primeiro golo, sofreu a grande penalidade que Taremi converteu no terceiro remate certeiro portista. Tem muita classe, em qualquer zona do terreno.

O avançado espanhol do Chaves voltou a correr quase sempre contra a maré, mas a sua capacidade de luta é quase inesgotável. Os dragões souberam neutralizar as saídas dos flavienses, mas sempre que a bola passava, Héctor Hernández teve toque de artista.

Os primeiros 20 minutos do Chaves foram bons e muito se deveu à capacidade de João Correia em chegar às zonas de finalização, entrando pela zona central dos portistas. O capitão dos transmontanos foi perdeu a força, à medida que a equipa se desligou animicamente.

Alan Varela faz lembrar o mítico veículo blindado: é forte, robusto, combativo. Para o derrubarem é preciso acontecer muita coisa. A dupla que faz com Nico González está mais que oleada. Em Chaves, e numa fase em que o encontro teve muitos duelos, ele dominou o meio campo e libertou o espanhol para outros trabalhos. Os flavienses desistiram de o enfrentar e a partir daí subiu no terreno e deu uma perninha na frente.

Foi mau o lateral esquerdo do Chaves ter estado em campo menos de meia, mas ver dois cartões amarelos em menos de cinco minutos foi pior. Mais grave, só mesmo o facto de ter encostado a cabeça no árbitro José Bessa para reclamar da falta que deu origem ao primeiro golo. Perdeu o controlo e a equipa perdeu-se, depois disso.