O Sporting continua a parecer mais maturo jogo após jogo desta época e com mais soluções - especialmente comparando com a época passada - e isso vai fazendo toda a diferença. Bastou uma 1ª parte exímia - que eclipsou a mais calma 2ª - para o Leão Maturo mostrar os dentes e vencer o Rio Ave com relativo conforto por 2-0, para seguir na liderança dividida do campeonato.
A jornada 6 fechava em Alvalade, onde o Sporting recebia o Rio Ave, em busca de voltar à liderança partilhada do campeonato. Rúben Amorim fazia as mudanças esperadas no 11 inicial e o grande destaque era a presença de Gyokeres no banco, depois de estar em dúvida. Luís Freire, por sua vez, mexia duas peças face à última jornada, com as entradas de Patrick William e Leonardo Ruiz para os lugares de André Pereira e Zé Manuel, juntando-se ainda a saída de Joca, por lesão no aquecimento, de última hora.
Mantendo o mesmo desenho tático, mas com olhos mais defensivos, o Rio Ave voltou ao sistema com três centrais de raiz, que se transformava numa linha de cinco quando em defesa organizada, embora, do outro lado, Costinha e Sávio tivessem autorização (e ordem) para se aventurar e procurar desequilibrar. Ora, sem Gyokeres, as movimentações dos médios e trocas posicionais dos extremos, em busca de espaços de rotura, eram ainda mais importantes para desbloquear este bloco e o leão sabia disso mesmo.
5.º ⚽ golo de Paulinho no campeonato; iguala Bozenik como melhor marcador da prova
⚠À 6.ª jornada, Paulinho já igualou o seu registo de golos na Liga 🇵🇹 da época passada pic.twitter.com/VVotLzTtor
— Playmaker (@playmaker_PT) September 25, 2023
Pote estava com espaço entre o central e ala, na esquerda leonina, permitindo as subidas de Nuno Santos, mas foi o trabalho de Hjulamand e Morita - exímios a não permitir as transições rápidas do Rio Ave - que fez a diferença. A dupla de médios dinamizou a equipa com bola e trouxe uma fluidez tremenda ao Sporting, o que acabou por ter efeito, aos 10 minutos, quando Morita surgiu a fazer de Pote, foi desmarcado na meia esquerda, entre os defesa e serviu Paulinho para este sorrir e fazer Alvalade festejar o 1-0. Pouco depois, essa mesma fluidez quase resultava no 2-0, mas Nuno Santos acertou no poste.
O golo leonino fez os comandados abrandar, breve e ligeiramente, o ritmo e isso deu mais espaço ao Rio Ave para ter bola, embora ainda sem grande sucesso, uma vez que a pressão do Sporting era localizada e ia tendo grande sucesso. Os vila-condenses não conseguiam ter bola do meio campo para a frente e viram as suas fragilidades expostas constantemente, o que resultou, aos 26', no 2-0. O Rio Ave, apesar da pressão, tentou sair a jogar por trás e pelo pé, mas a pressão do lado direito leonino foi sufocante, Hjulmand recuperou adiantado e isolou Edwards na direita, que, mesmo com pouco ângulo, não perdoou.
IMGMED|ESQ|1048903|Edwards fez grande goloIMGMED|DIR|1048917|Rio Ave cresceu na 2ª parte
A adaptação do Sporting à ausência de início de Gyokeres foi exímia e a equipa trouxe um dinamismo pouco visto, possibilitado pelo grande trabalho de recuperação dos médios, deambulações dos extremos e assertividade da equipa a construir desde trás. Tudo bem trabalhado e estudado desde o pontapé inicial. Faz toda a diferença.
A cada jogo que passa desta temporada, este Sporting parece ligeiramente mais maturo e melhor trabalhado, pelo menos para já, e isso vai-se vendo nas dinâmicas da equipa, que vão evoluindo a olhos vistos, jogo após jogo. A 1ª parte foi um autêntico banho de bola e isso facilitou tudo.
Ao nível da construção por trás, o Rio Ave até tentou ser fiel a si mesmo, o que acabou por resultar no 2-0, mas faltou na 1ª parte a presença nas alas de outros jogos, que surgiu apenas com a mudança de Fábio Ronaldo para a ala esquerda. A 1ª parte foi de um nível baixíssimo.