O Rio Ave tinha uma oportunidade de subir ao quinto lugar da tabela e colocar pressão ao rival pela Europa, mas não conseguiu bater um Santa Clara (2x2) que, graças ao ponto conquistado, igualou a melhor pontuação de sempre na Primeira Liga.
A equipa da casa foi demasiado penalizada pela falta de eficácia e uma arbitragem deficiente para não conseguir traduzir no resultado, a superioridade demonstrada ao longo dos 90 minutos.
Duas formações com objetivos e níveis de pressão distintos, mas a mesma urgência em surpreender cedo. O primeiro quarto de hora viu as equipas beneficiarem de várias oportunidades, com destaque para uma recuperação de Thiago Santana, que depois não foi capaz de bater Kieszek, logo no segundo minuto da partida.
A reação vilacondense, no entanto, foi quase imediata. Com uma pequena surpresa no onze, Carlos Carvalhal fez alinhar Nuno Santos do lado direito, depois de ter dito recentemente que o português era o melhor jogador a atuar pelo lado esquerdo do ataque em Portugal. Para além disso, Piazon, o médio mais avançado, tinha liberdade para organizar a seu gosto e foi assim que surgiram as oportunidades do Rio Ave.
André Ferreira conseguiu travar uma, duas, três oportunidades, mas apenas conseguiu atrasar o inevitável. Taremi, a fazer o seu 15º golo na Liga, só teve de encostar o cruzamento de Matheus Reis depois de mais uma bela jogada de envolvência do ataque vilacondense.
Dava a ideia que os homens de Carvalhal estavam tranquilos no jogo e iam controlando a posse de bola, numa altura em que os açorianos ganharam mais critério no último terço do terreno. Thiago Santana avisou por duas vezes e só não restabeleceu a igualdade devido a uma atrapalhação e um Kieszek atento.
Quando a defesa da casa já pensava no intervalo, Zé Manuel deu um exemplo do sentido de oportunidade deste Santa Clara e, depois um grande passe de Costinha, viu o guarda-redes adiantado e não perdoou.
O segundo tempo trouxe um Rio Ave mais nervoso, sabendo que o empate não era bom o suficiente na luta por um lugar europeu e podia mesmo significar o adeus ao quinto lugar, na eventualidade de uma vitória famalicense ainda esta jornada.
Os insulares, fora das lutas na tabela, mas a jogar pela sua melhor particapação de sempre na Primeira Liga, aceitou ser a equipa na defensiva e deu a bola aos da casa. Aderllan Santos foi o primeiro a ameaçar quando cabeceou à barra, mas o lance que pode ter definido o rumo do jogo saiu dos pés de Diego Lopes. O brasileiro, em posição extremamente favorável e sem oposição, conseguiu falhar a baliza num falhanço inacreditável.
E como acontece muitas vezes no futebol, não aproveitou o Rio Ave, sorriu o Santa Clara. Na primeira vez que apareceu na área vilacondense, Fábio Cardoso saltou mais alto e consumou a reviravolta. Um resultado inglório para os homens da casa, que se viam ainda mais longe do objetivo.
Pouco tempo depois, Rui Oliveira, juiz da partida, quis ser protagonista e parou uma transição rápida dos comandados de Carvalhal para admoestar Sagna e beneficiou o infrator, visto que o ataque era prometedor. A decisão motivou muitos protestos de toda a equipa e acabou com a expulsão de um dos adjuntos que estava no banco. Com o sentimento de injustiça, os rioavistas voltaram à carga e chegaram à igualdade por grande penalidade convertida por Taremi.
Nos minutos finais houve mais coração do que cabeça, com os açorianos com pouca pressa. O Santa Clara ainda ficou perto de roubar os três pontos graças a um cabeceamento de Zaidu já a fechar, mas teve de se contentar com o ponto, que, ainda assim, iguala a melhor pontuação de sempre na primeira divisão do futebol português.
Fora das lutas na tabela, os homens de João Henriques vão jogando pela honra e pelos objetivos do clube. Esta tarde igualaram a melhor classificação de sempre da equipa no primeiro escalão, que podem ainda aumentar na derradeira jornada.
O quão diferente poderia ter sido a história do jogo se Diego Lopes tivesse concretizado a oportunidade que colocaria o Rio Ave na frente do marcador. Um falhanço para os apanhados...
Rui Oliveira teve uma exibição para esquecer. Demasiado nervoso, teve várias decisões que podem ter justificado o desagrado da equipa da casa, com destaque para aquele contra-ataque interrompido para mostrar um cartão amarelo.