A expectativa era grande para perceber se havia dança de cadeiras na liderança da Liga NOS. Benfica e FC Porto protagonizavam o jogo de cartaz da 27.ª jornada do Campeonato e a sede de águias e dragões pelos três pontos foi visível ao longo dos noventa minutos. O líder entrou literalmente a marcar, logo aos seis minutos, mas consentiu o empate aos quatro do segundo tempo. Jonas e Maxi Pereira deixaram o nome bem vincado na lista de marcadores do Clássico.
🔥 3⃣3⃣% dos golos (66 em 200) entre 🔴⚪️ Benfica e 🔵⚪️ FC Porto nos últimos 20 anos foram através de lances de bolas paradas 🥅 🔥 pic.twitter.com/PRpVB0kQRJ
— playmakerstats (@playmaker_PT) 1 de abril de 2017
O arranque do 236º clássico foi verdadeiramente alucinante. O Benfica entrou decidido em preservar o primeiro lugar do Campeonato português e deu-se muito bem no primeiro tempo com uma postura bastante agressiva e de muita garra, na boa aceção da palavra, em busca da posse de bola.
Os encarnados conseguiram criar vários desequilíbrios, sobretudo pelo virtuosismo de Toto Salvio, e foi numa jogada construída pelo argentino que a equipa de Rui Vitória chegou à vantagem. Magia nos pés do camisola 18, bola em Jonas e... grande penalidade. Felipe derrubou Jonas e Carlos Xistra não teve dúvidas. Casillas para um lado, remate de Jonas para o meio e golo para o Benfica.
O tento do brasileiro premiou a melhor capacidade reativa do Benfica à perda da bola e penalizou a pouca criatividade, assim como a pouca consistência ofensiva, dos azuis e brancos. Pouco depois, Jonas desencadeou um dos momentos mais quentes: empurrão aparentemente involuntário a Nuno Espírito Santo e encosto de Maxi. Serenados os ânimos, voltamos ao que realmente importa.
A resposta do FC Porto, após algumas tentativas sem grande relevo, surgiu apenas aos 37 minutos num livre de Brahimi. O internacional argelino conseguiu encontrar o caminho para a baliza, mas Ederson Moraes conseguiu travar o remate. A terminar o primeiro tempo, registo ainda para a o cabeceamento de Luisão ligeiramente por cima.
🇺🇾 Maxi Pereira estreia-se a marcar frente ao Benfica (4 J); o defesa já tinha marcado neste clássico, em 2012, pelo Benfica (V 3-2, TL) ⚡️ pic.twitter.com/TBjKL3HlQf
— playmakerstats (@playmaker_PT) 1 de abril de 2017
O resultado não era de todo do agrado dos dragões. O Benfica ampliava a vantagem no primeiro lugar para quatro pontos e era imperativo dar resposta a uma primeira parte muito forte dos encarnados. E nada como recuperar logo no arranque da segunda metade.
Com uma atitude completamente revigorada, os dragões conseguiram fazer mossa ao adversário e Maxi Pereira, ex-jogador das águias, materializou o empate, após jogada de insistência de Brahimi. O golo galvanizou a equipa de Nuno e um passe delicioso de Danilo só não terminou no golo de Soares por culpa de Ederson. Magnífica intervenção do guarda-redes brasileiro.
O empate não servia por completo os interesses nem de uma nem de outra equipa e o Benfica, apoiado na força dos mais de 60 mil adeptos presentes nas bancadas da Luz, não deixou o rival sem resposta. Primeiro Jonas, depois Mitro e de novo Jonas com um dado comum: Iker Casillas. San Iker. Intransponível nas duas oportunidades de ouro para o Benfica na segunda parte.
Com este resultado, mantém-se tudo igual entre os dois rivais no topo da tabela e uma certeza: há luto pelo título até ao final da Liga NOS!
Não foi um jogo fácil para Carlos Xistra. Tentou gerir os cartões o máximo de tempo possível e conseguiu cumprir até a um determinado momento. Fica a ideia que o penálti sobre Jonas é bem assinalado, embora tenha pecado posteriormente na análise de determinados lances. Ainda assim, nota satisfatória para o juiz de AF Castelo Branco.
Jogo entusiasmante no estádio da Luz protagonizado por duas belíssimas equipas. A incerteza do resultado prolongou-se até ao apito final do árbitro, fruto de uma entrega total de águias e dragões ao jogo. Muita luta num jogo que assumia particular destaque na 27.ª jornada e também para as contas do título. Destaque para Casillas e Ederson, os dois em grande plano.