O Benfica está vivo na Liga dos Campeões. As águias venceram o Dynamo Kyiv, na Ucrânia, por 2x0 e subiram ao 3.º lugar do Grupo B, com quatro pontos, numa noite em que o Besiktas venceu de forma algo surpreendente no San Paolo, em Nápoles. Dois golos nos primeiros 10 minutos de cada parte premiaram uma exibição segura e personalizada do campeão português, que à exceção de um ou outro lance - nos quais brilhou Ederson - deu sempre a sensação de ter tudo sobre controlo.
A primeira dezena de minutos pertenceu ao Benfica. Seguro na posse de bola, o campeão português apresentou-se agressivo e compacto, com Salvio e sobretudo Cervi a aparecerem muitas vezes em posições interiores; escapavam dessa forma às marcações nas laterais e os ucranianos sentiram dificuldades, também porque Gonçalo Guedes - que jogou nas costas de Mitroglou - foi um elemento em constante rotação.
E foi fruto de uma ação do avançado português que o Benfica chegou ao golo. Gonçalo Guedes ganhou o duelo individual a Antunes na direita e já dentro da área foi tocado em falta pelo internacional português do Dynamo Kyiv. Decisão acertada de Fernández Borbalán, árbitro espanhol, e Salvio não falhou, apontando o seu segundo golo nesta edição da Liga dos Campeões.
A vantagem premiava a aparição adulta e personalizada do Benfica na capital ucraniana, assente na irreverência de de Cervi e Gonçalo Guedes e numa boa entrada em jogo de Fejsa e Pizzi. Mas os dois «cérebros» do «corpo» encarnado sentiram algumas dificuldades nos minutos seguintes, sobretudo o sérvio que engatou uma série de passos falhados que tiraram fluidez ao jogo do Benfica.
Consequentemente, as águias viram o Dynamo Kyiv crescer na partida, ainda que sempre com a ideia de que o Benfica controlava os principais focos de perigo dos ucranianos: Yarmolenko e Sydorchuk. Os dois arrastavam o jogo quase sempre para o flanco esquerdo do Benfica, onde Cervi mostrou sempre disponibilidade para auxiliar Grimaldo; e à exceção de um cruzamento de Yarmolenko para um cabeceamento perigoso de Derlis González, Ederson teve uma primeira parte sossegada.
Prova do jogo prático e seguro que o Benfica fez em Kiev, esta quarta-feira, foram os 10 minutos iniciais da segunda parte. O Dynamo Kyiv entrou com intenção de anular rapidamente a desvantagem, mas as águias, com base numa enorme segurança defensiva e de posse, foram letais na primeira oportunidade do segundo tempo (55').
Salvio ganhou o primeiro ressalto na direita, o passe atrasado encontrou Cervi que atirou de primeira e acertou em... Mitroglou; à segunda, o pequeno argentino rematou fora do alcance de Rudko para ampliar a vantagem dos encarnados. Um golpe com vários toques de sorte mas que caiu que nem ginja na noite gélida de Kiev.
O segundo golo do Benfica abanou o Dynamo que, a partir da hora de jogo, decidiu arriscar no seu futebol, até então previsível e estático. O campeão português recolheu-se - sempre com um certo controlo do jogo - e Ederson apareceu. O guarda-redes brasileiro travou um primeiro remate aos 60 minutos, mas foi aos 66' que brilhou a sério, com duas defesas soberbas no mesmo lance.
Ederson só voltaria a ser incomodado aos 86 minutos, quando travou novo lance de perigo dos ucranianos com outra defesa de elevado grau de dificuldade. Naturalmente, o Benfica baixou as linhas e sempre que a segurança tremeu houve Ederson para resolver. Vitória justa e importante, antes de receber este mesmo Dynamo Kyiv no estádio da Luz, a 1 de novembro.