Slovan Bratislava

Destinado ao sucesso, o Slovan Bratislava mostrou desde cedo que a glória fazia parte da sua génese. O clube eslovaco mais bem sucedido da história mudou de nome por seis ocasiões, mas isso nunca, ou raramente se refletiu na atitude vencedora que levou os Králi Bratislavy (Reis Bratislava) a tornarem-se no primeiro emblema da antiga Checoslováquia a erguer um título europeu.

A fundação e a glória (quase) imediata

A 3 de maio de 1919 nasce o 1. ČsŠK Bratislava (Primeiro Clube Desportivo de Bratislava) no Café Pannonia. Da fundação aos títulos foi um estalar de dedos, com a equipa de Bratislava a conquistar o primeiro título eslovaco em 1926, ao qual se seguiram novos triunfos em 1927, 1930, 1932.

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Em 1938, a Eslováquia abandonou a Checoslováquia, seguindo o Acordo de Munique. O clube, envolvido em ideias anti-judeus, viu o técnico József Braun deixar Bratislava de forma involuntária e mudou o nome para ŠK Bratislava, ainda que a cidade tenha passado a Preßburg, em alemão.

Foi ainda nesta altura que nasceu o novo estádio nacional, construído por escravos liderados pelas autoridades nazis. O Tehelné pole (conhecido como Brick Field, ou seja, campo de tijolos), que seria a casa do então SK.

Do tetra à primeira pausa no sucesso

Apesar das mudanças e das questões fora dos relvados, o Slovan voltou a disputar a Liga Eslovaca e não abandonou os trilhos do sucesso, com quatro títulos em apenas cinco anos (1940, 1941, 1942, 1944).

Após a Segunda Guerra Mundial, a Checoslováquia foi restabelecida, bem como o campeonato checoslovaco. O Slovan voltou a mudar de nome, agora para Sokol NV Bratislava, em 1948, e voltou aos títulos de campeão no ano seguinte, naquele que seria o primeiro campeonato do tetra (1948/1949, 1949/1950, 1950/1951, 1954/1955).

A história de sucesso iniciada quase desde a fundação do clube - que entretanto voltou a mudar de nome para ÚNV Slovan Bratislava - sofreria a primeira pausa logo a seguir ao tetra, com 13 temporadas sem conseguir erguer o tão desejado troféu (terminaram no segundo lugar em seis delas).

Em 1961, o emblema eslovaco mudou de nome para ÚNV Slovan Bratislava devido à fusão com TJ ÚNV Slovan e TJ Dimitrov, motivada por interesses e pressões socioeconómicas. A mudança foi, aparentemente, positiva, uma vez que a equipa respondeu a conquista de duas Taças Eslovacas seguidas (1961/62, 1963/63), feito que repetiriam em 1967/68.

Depois da seca…o sucesso europeu

Os Belasí (azul-celestes) viviam então um período afastado dos títulos de campeão, mas o triunfo na Taça permitiu a presença na Taça das Taças de 1968/69, onde a equipa faria uma campanha brilhante.

A caminhada começou com a passagem na primeira ronda depois de ultrapassarem o FK Bor e teve como primeiro sinal negativo a primeira-mão dos quartos-de-final, com uma derrota por 1x0 frente ao…FC Porto. No entanto, nem os dragões de Pedroto foram capazes de parar o Slovan, que virou a eliminatória na segunda mão (4x0) e ultrapassou ainda Torino e Dunfermline, antes de chegar ao duelo decisivo.

A final foi em Basileia, a 21 de maio de 1969, uma data recordada por todos os adeptos do clube até aos dias de hoje. Ao comando do antigo jogador Michal Vican e capitaneados por Alexander Horváth, o Slovan bateu o poderoso Barcelona por 3x2, com golos de Ludovit Cvetler, Vladimir Hrivnak e Ján Capkovic, todos na primeira metade.

O sucesso europeu atraiu a glória interna, com o regresso aos títulos de campeão nacional a verificar-se no ano imediatamente a seguir e novamente em 1973/74 (Dobradinha com a Taça), 1974/75.

A primeira queda e o reerguer

Os Králi Bratislavy (Reis Bratislava) desafiaram o ditado e sofreram uma autêntica tempestade a seguir à bonança. Os sinais negativos começaram em 1977/78 e o culminar foi a descida de divisão, em 1984/85, ainda que com nova conquista na Taça pelo meio (1981/82).

A equipa voltaria ao escalão principal três temporadas depois, em 1987/88, mas só em 1991/92 regressaria aos títulos, com a última conquista na Liga da Checoslováquia. Já sob o nome ŠK Slovan Bratislava (adotado em 1990), os azuis eram então liderados por Peter Dubovsky, que viria a representar o Real Madrid.

A 1 de janeiro de 1993 aconteceu a dissolução da Checoslováquia e a fundação da República Eslovaca e a adaptação ao novo campeonato eslovaco não podia ter corrido melhor. Três títulos consecutivos (1993/94, 1994/95, 1995/96), interrompidos por duas conquistas do MFK, sendo que voltariam a vencer em 1998/99.

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A segunda queda e o reerguer

A história por vezes prega-nos partidas e fica quase a ideia que foi isso que aconteceu ao Slovan nos anos que se seguiram a novo sucesso, com uma autêntica repetição de acontecimentos, ainda que por motivos diferentes.

Afetado por uma enorme crise económica, o Slovan viu-se obrigado a vender alguns dos melhores jogadores e acabou mesmo por voltar a provar o sabor da descida de divisão em 2003/04.

Desta vez a estadia no segundo escalão durou até 2005/06, mas o verdadeiro sucesso só regressou em 2008/09, com a conquista do título eslovaco, curiosamente no ano seguinte à equipa abandonar o Tehelné pole por não preencher os requisitos mínimos exigidos pela UEFA e passar a jogar temporariamente no Estádio Pasienky.

Desta vez o sucesso parece ter vindo para ficar, com o Slovan a conquistar os títulos de campeão de 2010/11, 2012/13 e 2013/14, com várias Taças e Supertaças pelo meio. O tão desejado troféu voltou a ser erguido em 2018/19, época que ficou ainda marcada pela inauguração do renovado Tehelné pole.