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    Lothar Matthaus: O Fiel da Balança

    Texto por João Pedro Silveira
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    Era a noite de 20 de junho de 2000, na «Banheira» de Roterdão, a Alemanha acabara de ser vencida por uma equipa de Portugal que, ao já estar apurada, tinha utilizado as segundas linhas...

    Os germânicos estavam fora do euro, vergados a um pesado 0x3. Os portugueses recordam essa noite como a vitória de «Portugal B» sobre a grande potência do futebol europeu, mas na Alemanha este jogo é lembrado como o fim de uma geração e o adeus de Lothar Matthäus à Mannschaft.
     
    No fim do jogo, a imagem do libero de 39 anos, sentado no meio do relvado, olhando o céu, prenunciava o fim da carreira de um dos maiores jogadores que o mundo já conheceu...
     
    As raízes bávaras e o salto para Mönchengladbach
     
    O jovem Matthäus ainda nos tempo do Borussia.
    Lothar Herbert Matthäus nasceu na pequena cidade bávara de Erlangen, a 21 de março de 1961. Deu os primeiros pontapés na bola no Herzogenaurach, clube de uma pequena cidade perto de Nuremberga, conhecida no resto do mundo por ser a sede da Adidas.
    Entre os estudos e o futebol, o jovem Lothar complementava o amor pelo futebol, com a sua paixão por decoração de interiores. 
     
    Tinha completado 18 anos quando foi convocado pela primeira vez para a seleção nacional de juniores. Desde logo se destacou, a tal ponto que em 1979 foi contratado pelo Borussia Mönchengladbach, que era, então, uma das três grandes equipas do futebol germânico, juntamente com Bayern e Hamburgo.
    Rapidamente conquistou um lugar na equipa, convencendo os adeptos e sendo fundamental na campanha europeia que culminou com a derrota na final da Taça UEFA contra o Eintracht Frankfurt.
     
    Graças à regularidade das suas boas exibições, foi convocado para disputar a fase final do Euro 1980, que se disputava na Itália, onde se estreou na Mannschaft com uma saborosa vitória sobre a rival Holanda por 3x2. Nesse torneio, a Alemanha venceu a Bélgica na final realizada em Roma e Matthäus comemorou o seu primeiro troféu com a  Nationalelf
     
    De Espanha para o México, com passagem para Munique
     
    Continuou a dar nas vistas no Borussia, sendo presença constante na seleção. Sem surpresa foi convocado para o mundial de Espanha em 1982 - o primeiro dos cinco em que participou.
     
    Numa equipa onde pontificavam Paul Breitner e Bernd Schuster,  viu-se relegado para o banco de suplentes, acabando por jogar pouco, a tal ponto que nem chegou a participar na final em que a Alemanha foi vencida pela Itália (3x1).
     
    Matthäus e Völler celebram mais uma vitória alemã na caminhada para a conquista do Campeonato do Mundo em 1990.
    Em 1984 esteve presente no Euro 84 em França e aí só não foi titular no jogo da estreia contra Portugal, que resultou em empate. Seguiu-se uma vitória sobre a Roménia, uma derrota com a Espanha e o adeus de Ribbeck à seleção, chegando para o seu lugar um treinador que seria fundamental na sua consagração: Franz Beckenbauer.
     
    Ainda nesse ano deu o salto para o Bayern, o grande colosso do futebol alemão, onde, sob o comando de Udo Lattek, rapidamente se tornou a referência do meio-campo bávaro, ajudando a conquistar duas Bundesliga e uma Taça.
     
    Depois de festejar a dobradinha, Matthäus seguiu com os colegas para o México, onde, ao lado de Magath ajudou a Alemanha a chegar à final, novamente perdida, desta feita para a Argentina de Maradona (2x3).
     
    Os anos dourados em Itália
     
    No ano seguinte tornou-se capitão da Mannschaft, além de disputar (e perder) a sua primeira final da Taça dos Campeões Europeus, em Viena, contra o FC Porto
     
    Campeão pela terceira vez em Munique em 1987/1988, deu o salto para o Calcio, tornando-se em Itália uma das grandes estrelas do futebol mundial, brilhando no Internazionale, treinado por Giovanni Trapattoni, que também foi fundamental na sua ascensão definitiva a astro do futebol mundial.
     
    Com Brehme a festejar a conquista da Taça UEFA com a camisola do Internazionale
    Num campeonato com grandes equipas como o Nápoles de Maradona e Careca, ou o Milan "holandês" de Gullit, Rijkaard e Van Basten, o Inter "alemão" de Trap com Matthäus, Klinsmann e Brehme, conquistou o Scudetto.
     
    Um ano depois, chegou a consagração no Campeonato do Mundo Itália 1990, onde, como capitão e maestro, liderou a seleção alemã à conquista do seu terceiro Mundial, após vingar a derrota de 1986, batendo na final de Roma a mesma Argentina de Maradona por 1x0.
     
    Ainda durante 1990 conseguiu ser eleito o melhor jogador alemão e europeu, para no início do ano seguinte receber o prémio de Jogador do Ano da FIFA.

    Após uma grave lesão ao serviço do clube, acabaria por regressar à Alemanha, e ao seu Bayern em 1992.
     
    Regresso à Alemanha e os Mundiais perdidos
     
    Com Beckenbauer como treinador, recuperou a forma e voltou a festejar mais um título de campeão da Bundesliga em 1994. Mas no verão chegaria mais uma dura desilusão: após um inicio titubeante num grupo com Bolívia, Espanha e Coreia do Sul, a Alemanha sofreu para eliminar a Bélgica nos oitavos-de-final, antes de cair aos pés de uma fabulosa Bulgária, que deu a volta ao resultado (1x2), depois de Matthäus ter inaugurado o placar.
     
    Uma rotura no tendão de Aquiles ao serviço do Bayern em 1995 ameaçava ser o fim da carreira, mas com um querer sem fim e uma força de vontade inquebrantável, Loddar - como é conhecido na imprensa tabloide alemã - recuperou a tempo de ser fundamental na conquista da Taça UEFA.
     
    Apesar da brilhante campanha europeia, ficou de fora do Euro 96, após um desentendimento com o novo selecionador Berti Vogts. Voltaria para o mundial de França em 1998 - o quinto da carreira - onde a Alemanha acabou eliminada nos quartos-de-final, caindo com estrondo, aos pés da Croácia (0x3).
     
    O pesadelo de Barcelona
     
    A derrota com o Manchester United em Barcelona terá sido a mais dura da carreira.
    Mas o momento mais duro chegaria em 1999. O Bayern chegava à final da Liga dos Campeões, tendo pela frente o Manchester United. Perante Nou Camp lotado, os bávaros dominaram o jogo desde o primeiro momento, colocando-se na frente com um golo de Basler aos seis minutos. Ao longo da partida os alemães tentaram chegar ao 2x0, mas os ferros e a soberba exibição de Peter Schmeichel forem adiando o golo que selaria a final. Aos 85 minutos, Lothar Matthäus é substituído, recebendo o aplauso unânime do estádio. 
     
    Sentou-se no banco para apreciar os últimos minutos e ver a sua equipa conquistar a vitória que garantia o único titulo ainda não conquistado ao longo da sua carreira. Mas Sheringham e Solskjær tinham outros planos e já nos descontos os ingleses apontaram dois golos e levaram o troféu para casa.
     
    Chegou então o Euro 2000 e a última presença de Matthäus num grande palco. Após um empate a uma bola com a Roménia, seguiu-se uma derrota com os ingleses (0x1). No último jogo em Roterdão, os portugueses já qualificados entravam em campo com as reservas, mas a Alemanha não teve força para o ritmo de Conceição, Sá Pinto, Pauleta e companhia. Portugal venceu por 3x0 e deu-se ao luxo de trocar de guarda-redes para usar todos os jogadores do plantel.
     
    A derrota deixou marcas profundas na Alemanha que lançou uma profunda restruturação do seu futebol. Matthäus abandonou a carreira após 20 anos ao serviço da Nationalef, com a qual jogou 150 partidas e disputou cinco fases finais de Campeonatos do Mundo, onde bateu o recorde de disputar 25 jogos em mundiais.
     
    Campeão do Mundo
    Um ano depois, chegou a consagração durante o Campeonato do Mundo Itália 1990, onde, como capitão e maestro, liderou a seleção alemã à conquista do seu terceiro mundial, após vingar a derrota de 1986, batendo na final de Roma, a mesma Argentina de Maradona por 1x0.
    Ainda durante 1990 conseguiu ser eleito o melhor jogador alemão e europeu, para no início do ano seguinte receber o prémio de Jogador do Ano da FIFA.
    Após uma grave lesão ao serviço do clube, acabaria por regressar à Alemanha, e ao seu Bayern em 1992.
    Com Beckenbauer como treinador, recuperou a forma, e voltou a festejar mais um título campeão da Bundesliga em 1994. 
    Mas no verão chegaria mais uma dura desilusão: após um inicio titubeante num grupo com Bolívia, Espanha e Coreia do Sul, a Alemanha sofreu para eliminar a Bélgica nos oitavos de final, antes de cair aos pés de uma fabulosa Bulgária, que deu a volta ao resultado (1x2), depois de Matthäuas ter inaugurado o placar.
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    Fotografias(15)

    Lothar Matthäus (GER)
    Lothar Matthäus (GER)

    Comentários

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    motivo:
    Craque
    2014-07-04 15h43m por rafadalforno
    Grande meia, futebol clássico, armava como poucos. Em minha opinião, está entre os maiores de todos os tempos.
    o segundo Beckenbauer
    2014-03-04 00h49m por ALESSANDRO74
    o maior jogador alemão que eu vi jogar. .
    TR
    150 jogos!!!!!!!
    2013-06-19 20h33m por treinadordebancada1
    Deve estar no top 10 dos mais internacionais de todas as seleçoes, e mesmo com os europeus e o tempo de suplente perdidos. . .
    Lothar Matthäus
    2013-03-21 15h43m por unreal_returns_ch_zh
    Como jogador excelente. . . agora. . . para quem nao sabe, este na alemanha tem fama para alem do futebol, gracas a imprensa cor-de-rosa, aos programas que ele faz pa TV. . . as "protit. . . " que ele "importa" dos paises de leste xDD. . . pelo que fala um pouco como o JJ mas em versao alema. . . enfim!! muito comico. . . mas boa pessoa, pelo menos é essa a imagem que passa :))


    Lotha!Lotha!Lot ha!Lotha! :DD