A Taça das Nações do Golfo Pérsico está de regresso e o coração do Médio Oriente vai voltar a palpitar. Desta feita, com algum 'sangue' luso à mistura.
A 25ª edição da prova será realizada de 6 a 19 de janeiro por oito seleções, dividas em dois grupos. No grupo A: Iraque, Iémen, Arábia Saudita e Omã; no grupo B: Bahrein (atual detentor do troféu), Kuwait, Catar e Emirados Árabes Unidos. A competição terá um total de 15 partidas (final e meias incluídas), pelo que, apenas duas equipas classificam-se do respetivo grupo.
A Taça, que teve início em 1970, é dominada de forma categórica pelo Kuwait (10 títulos). Depois, com três títulos, seguem-se Iraque, Catar e Arábia Saudita, com dois estão Emirados Arábes Unidos e Omã e com um o Bahrain, conquistado por Hélio Sousa.
Quatro anos depois da última edição, os protagonistas são diferentes e o local onde será disputada a Taça está carregado de história... e, claro, alguma polémica. Eis a Taça do Golfo Pérsico.
Inserido num contexto político frágil e com um passado fortemente frisado pelo clima de guerra e instabilidade, o Iraque vai sediar - pela primeira vez em 44 anos - a Taça das Nações do Golfo Pérsico.
Nas últimas duas décadas, o país iraquiano conta pelos dedos a quantidade de vezes que teve partidas entre seleções na sua casa, contudo, este ano, o cenário vai mudar radicalmente. O Iraque vai receber, pelo menos, 15 partidas oficiais, e pretende utilizar o torneio como porta-estandarte para o futuro.
Haider Aufi - diretor da Associação de Futebol do Iraque - olha para o Mundial do Catar como exemplo a seguir e explicou a importância de organizar a competição asiática.
«O desporto tornou-se uma das atividades mais importantes do mundo, ao divulgar culturas e civilizações através da realização de torneios e competições. Foi isso que, no fundo, testemunhamos na organização do Mundial organizado pelo Catar», sublinhou, justificando a decisão de organizar a competição à imprensa iraquiana.
De resto, caso a organização da Taça decorra sem grandes atribulações, esta poderá ser, na perspetiva do governador de Baghdad (capital iraquiana onde será disputada a competição), uma mensagem para o mundo.
«É um passo em frente para manter a posição do Iraque nas áreas de desporto, cultura e sociedade. É uma mensagem para o mundo inteiro de que somos capazes», afirmou à imprensa do país asiático.
Onde há futebol, há (pelo menos) um português em destaque, mas neste caso são três. O último vencedor do torneio, Bahrein, conta com Hélio Sousa no comando, enquanto a seleção mais titulada da competição (Kuwait) conta com o estreante Rui Bento no banco de suplentes. Por fim, outro estreante - Bruno Pinheiro - vai orientar o Catar em busca do quarto título.
As três seleções com o corpo técnico luso estão aglomeradas no grupo B e apenas... passam duas.
Ainda que o Bahrein seja o atual detentor do título e o Kuwait seja quem mais vezes ergueu o troféu, a verdade é que Bruno Pinheiro é o português com maiores possibilidades de seguir em frente.
O atual campeão asiático - favorito a ganhar o troféu a par da Arábia Saudita - pretende dar uma resposta forte após a prestação paupérrima no Mundial que sediou e o primeiro desafio é contra o Kuwait, de Rui Bento, que terá o primeiro teste de fogo desde que aterrou na Ásia.
A segunda jornada terá outro duelo luso em perspetiva (Catar-Bahrein), mas, importa sublinhar, poderá não ser o último. Nas meias-finais irão constar, caso os Emirados Árabes Unidos não sigam em frente no grupo B, dois treinadores portugueses, sendo que, caso este cenário hipotético se confirme, nenhum jogará um contra o outro.
Posto isto, uma final 100 por cento lusa - no banco de suplentes - mesmo que, por enquanto, seja uma miragem, é uma possibilidade forte que pode ser transformada em realidade no próximo dia 19 de janeiro, em Baghdad.