José Mourinho concedeu esta terça-feira uma grande entrevista à Sky Sports, na qual recordou a passagem pelo Tottenham. O técnico luso garantiu não sentir rancores desse período, porém, considerou «estranha» a forma como saiu dos Spurs, ainda que tenha ficado contente por lhe ter aberto a porta para a Roma.
«Não guardo rancores, estou na fase mais madura da minha carreira e apenas aceito as coisas como são, mas admito que doeu. Quando falei com jornalistas ingleses [na meia-final da Liga Conferência, diante do Leicester] tentei reagir com humor e brinquei, dizendo que esperava chegar à final mas sem ser despedido desta vez. É algo que não acontece muito, mas não guardo quaisquer rancores. Conheci muito boa gente no Tottenham e desejo-lhes o melhor, mas tenho de admitir que, para alguém com a minha carreira, foi algo estranho.», explicou.
«No entanto, acabou por abrir-me as portas da Roma e estou muito feliz aqui. É claro que preferia estar a lutar por títulos ou em lugares da Liga dos Campeões, mas sou adorado aqui e adoro as pessoas também. Sinto-me parte de uma empatia que se criou entre os adeptos, o clube, eu e os jogadores», acrescentou.
Mourinho falou ainda da evolução de Tammy Abraham desde que chegou a Itália e lembrou o desafio que o jogador teve de enfrentar ao deixar a Premier League para rumar à Serie A.
«Ele sabe o quão feliz estou e o quanto o adoro. Estou muito orgulhoso dele. Exijo muito dele porque sei que ele consegue estar incrivelmente bem. (…) Está de volta à seleção inglesa e é adorado em Roma. Eu não digo que tenha provado aos críticos que estavam errados, porque acho que toda a gente sabe que ele é um bom jogador, tal como [Chris] Smalling e [Fikayo] Tomori. Eles estão a mostrar aos ingleses que existe uma vida fora da Premier League e que, em Itália, existe uma vida que pode torná-los ainda melhores jogadores», destacou.José Mourinho Chelsea Total |
«É um momento difícil [para o Chelsea] e até o consegues sentir ao nível do futebol, porque perderam aquele nível de excelência e estabilidade. Mas isto é de momento. Se me perguntares se tenho alguém que gostaria que assumisse as rédeas do meu Chelsea, eu dir-te-ia que sim, mas não diria quem», referiu.
«Eu só sei que o clube atingiu um nível tão alto que não interessa quem está lá, o Chelsea será sempre o Chelsea e a minha casa continuará a estar a 200 metros do estádio. Eu quero continuar a ouvir o som da felicidade e do sucesso e estou convicto de que assim será», concluiu.