Irreverência de Gelson não chega para tudo

Gelson Martins tem sido um dos elementos de maior destaque neste arranque de temporada no reino do leão. O jovem extremo voltou a justificar isso mesmo diante do Borussia Dortmund, no encontro da 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, mas a sua irreverência foi insuficiente para o Sporting sair feliz do duelo contra a equipa germânica. E não foi por falta de vontade do camisola 77, muito pelo contrário. Os seus companheiros, sobretudo Elias e Markovic, é que não conseguiram fazer o que deles tanto se esperava. Já os restantes apenas mostraram a verdadeira raça na segunda parte. Tarde demais.

O meio campo foi sem sombra de dúvidas o calcanhar de Aquiles do Sporting no primeiro tempo. Com Adrien Silva lesionado, Elias surgiu como natural substituto do capitão dos leões. Contudo, o internacional brasileiro foi inconsequente nas suas ações, dificultando também o trabalho de William (muito melhor no 2.º tempo). E não foi por obra do acaso que o Sporting melhorou a partir do minuto 60... após a saída de Elias. Bruno César entrou para o seu lugar e arrebitou os verde e brancos, tendo sido ele o autor do golo que ainda deu esperanças ao Sporting.

E o que dizer de Markovic? Continua longe daquilo que já evidenciou em Portugal. O extremo sérvio foi, a par de Elias, um dos elementos em destaque pela negativa na formação da casa, falhando inúmeros passes e oferecendo poucas soluções aos seus companheiros. Não conseguiu entrosar-se com Bas Dost e isso custou-lhe a substituição aos 65 minutos, segundos antes do golo de Bruno César.

No capítulo defensivo, Coates esteve muito mais seguro do que Rúben Semedo (não teve pedalada para Aubameyang no primeiro golo do Borussia Dortmund) e Schelotto, em estreia nas provas europeias, foi muito mais constante e consistente que Marvin Zeegelaar, bastante exposto no corredor esquerdo – foi por lá que passou o maior perigo da equipa de Thomas Tuchel.

O lateral italo-argentino surgiu várias vezes no apoio ao ataque e conseguiu, nessas investidas, criar alguns problemas ao adversário, principalmente no segundo tempo, ajustando-se da melhor maneira com Gelson Martins.

©Carlos Alberto Costa

A muralha Burki e o letal Aubameyang

Eram muitas as baixas na equipa de Thomas Tuchel, mas a verdade é que a qualidade da segunda linha do Dortmund é inegável. Uma formação recheada de jovens valores de enormíssima qualidade. A juntar a esta juventude, Tuchel contou com o goleador Aubameyang. O avançado gabonês é um velocista e revelou frieza na hora de decidir – a maneira como marca a Patrício é soberba.

O outro destaque dos visitantes vai direitinho para Julian Weigl. O jovem trinco do Dortmund funciona como um verdadeiro relógio e esta noite, em Alvalade, até teve a oportunidade de apontar o seu primeiro golo como sénior. E se Weigl e Aubameyang foram os autores dos golos da turma germânica, Burki foi o responsável por evitar males maiores para o Borussia. O guardião helvético apenas não conseguiu travar a bomba de Bruno César, mas, de resto, travou tudo. Impressionante!