O central brasileiro abriu o livro e, de forma emocionante, explicou que atravessa uma depressão depois do que passou no Sporting e também após ter sido apanhado nas malhas do doping, cujo o próprio foi o primeiro a admitir publicamente.
«Não fui para o Sporting para ganhar dinheiro, até porque, na verdade, abri mão de mais de 500 mil euros por ano. Fui para Portugal para fazer história com a camisa do Sporting. Quando cheguei, muita gente falou que eu estava acima de peso. De facto, cheguei acima do peso. O Jorge Jesus, no entanto, sabia da minha condição física, visto que eu não tinha participado da pré-temporada no Trabzonspor. Recuperei o peso ideal num período de quatro a cinco semanas. O próprio Jesus me elogiou pelo esforço, mas ainda assim pediu para que eu perdesse mais alguns quilos. Mas, no geral, ele estava satisfeito. Esforcei-me, fiz de tudo... Mas não demorou muito tempo para o Sporting não ser leal comigo e não cumprir o projeto acordado», registou, na entrevista ao portal Goal.com.
O jogador considerou que o clube não lidou consigo da melhor forma, ainda antes da história do doping: «Fui muito desrespeitado no Sporting, a maneira como me trataram... Cheguei ao clube com 28 anos, experiente, com uma história, mas me trataram como um moleque de 15 anos».
Mesmo assegurando que não guarda mágoa do clube e do treinador, o defesa relatou o desconforto pela forma como foi afastado do grupo.
Nesta entrevista, que pode ler aqui, Douglas falou também sobre o facto de Jorge Jesus nunca mais ter falado consigo e contou episódios posteriores, entrando depois na questão da depressão em que caiu.
«Fiquei muito tempo trancado em casa, muito chateado, passei a fazer coisas que não fazia... Eu, sinceramente, não sei explicar o que é a depressão. Sei apenas que eu não estava sendo mais o verdadeiro Douglas. Infelizmente, até hoje ainda não voltei a ser o mesmo Douglas. Acho que só vou melhorar quando arrumar um novo clube, quando voltar a treinar... A minha alegria, a minha disposição, o meu tesão de acordar, a vontade de abraçar e beijar a minha mulher e as minhas filhas ou até mesmo falar um "bom dia", tudo isso eu perdi bastante. Sinto que estou um pouquinho melhor hoje, mas ainda falta algo», avaliou.