Longe, muito longe de encantar e de convencer, o FC Porto voltou aos triunfos e está agora isolado no segundo lugar. Num jogo em que a equipa de Nuno Espírito Santo teve que sofrer e no qual não jogou tanto quanto se esperava, o mais importante ficou na cidade Invicta: três pontos, 1,5 milhões de euros e terreno favorável para o apuramento.
Ao fio lógico que se previa, as equipas responderam com aceitação: FC Porto a mandar. Club Brugge na expectativa. Era assim que devia ser e não foram os treinadores a contrariá-lo. Pelo contrário, Nuno e Preud'Homme foram fiéis ao fator casa e fora e jogaram com isso.
Por outro lado, Nuno Espírito Santo manteve a toada, na dupla procura que tem tido: a vitória e a consolidação da equipa inicial, que nada teve de clássico no pensamento.
Só que houve um considerável handicap. Héctor Herrera continua numa relação dificílima com os adeptos, que à primeira falha o crucificam. O mexicano nem esteve totalmente mal, só que sente dificuldades em atuar do lado direito e ressentiu-se no início com a mudança de companheiro na lateral.
Mesmo com vários jogadores de estatura mais baixa, os azuis e brancos foram muito mais perigosos quando surgiram lances de bola parada. Foi assim o golo de André Silva, mas já podia ter sido antes por Felipe, depois por Alex Telles e ainda por Danilo. No fundo, os dragões foram muito mais rápidos a reagir às segundas bolas e aí esteve a diferença.
Se o resultado ao intervalo se justificava, mas era perigoso, o segundo tempo fez questão de acentuar a incerteza. Preud'Homme mexeu numa peça e também na ideia, pretendendo um maior ascendente, que conseguiu.
Sôfrego e sem capacidade para sair em contra-ataque, o FC Porto ressentiu-se e recuou durante boa parte do tempo, só conseguindo a resposta com as mexidas operadas pelo seu técnico (e através da inesgotável alma de Danilo).
Corona foi o elixir que a equipa precisava para explorar o espaço criado por um Club Brugge muito a pender para a esquerda do seu ataque, à procura da menor rotação de Maxi. Com o mexicano em campo, a equipa soube contra-atacar e ser mais perigoso, só que foi perdulário a finalizar e o sofrimento voltou.
Até ao fim, viu-se um Club Brugge abnegado e nada convencido com aquilo que o destino lhe reserva neste grupo. Um grupo que volta a ter o FC Porto em zona de apuramento. Ainda assim, fica a sensação que é preciso muito mais para convencer os adeptos.