Bate tão levemente, esta campanha histórica, mas avança como uma bola de neve e engorda com todos os recordes que vão sendo engolidos pelo caminho...
Desta vez foi em Roma, num Stadio Olimpico onde há um ano, nesta mesma fase da Liga Europa, o Bayer Leverkusen perdeu por 1-0 e caiu por esse mesmo resultado no agregado. A vingança serviu-se fria mas terna, como uma balada de neve, e o 0-2 que deixa os alemães com pé e meio numa final europeia.
Foi assim, com Grimaldo e Wirtz equipados de branco, que foi dado mais um passo em direção a um triplete tão histórico como impensável. Lukaku e Abraham podiam ter mantido os italianos na discussão, mas o seu desperdício encerrou, praticamente, a conversa.
A invencibilidade, no contexto do futebol, é algo muito frágil. Muitas equipas seguram-na durante vários meses na temporada, até ao inevitável tombo, mas há uma que ameaça levar esse rótulo até ao fim. Parece tatuado, numa pele grossa que é quase armadura para o enredo que os adversários tentam escrever. Ninguém passa, no fim.
Esta visita a Roma foi o 47° capítulo de uma temporada que já é histórica, mas a visita à capital italiana, onde reside um dos poucos fantasmas do passado de Xabi Alonso como treinador, prometia desafiar a tal invencibilidade. A cabeçada de Lukaku à trave, lance ladeado por dois remates ambiciosos de Dybala, ameaçou isso mesmo, até o campeão alemão entrar em cena.
Grimaldo continuou a mostrar o caminho para o golo, tendo feito o passe para uma enorme ocasião desperdiçada por Frimpong. Também Adli falhou uma oportunidade construída pela esquerda. Foi já na segunda parte, num lance que contou com o lateral em territórios interiores, que uma segunda bola beijou as redes.
Foi Robert Andrich, um dos menos falados mas mais consistentes deste Leverkusen, a marcar. E que golo! Um pontapé de primeira, de fora da área, que pelo jeito como foi batido até pareceu, por instantes, que Alonso tinha calçado as chuteiras. Svilar negou maior vantagem, antes da insistência romana.
Cristante e Azmoun já tinham dado avisos quando Tammy Abraham, lançado nos descontos, ameaçou um golo que teria mantido a eliminatória bem viva. O inglês falhou, mesmo perante uma baliza escancarada, e assim selou, praticamente, um dos finalistas desta Liga Europa. Só com um milagre e o apagar de pegadas bem marcadas na neve, lá teremos a Roma...
Segunda mão da meia-final, final da Taça e final da Liga Europa, além de três jogos restantes na Bundesliga. A campanha do Bayer está perto do fim, mas pode bem acabar com três troféus e histórica invencibilidade. Caso assim seja, estaremos perante uma das melhores equipas de sempre...
Há justiça no número de golos marcados pelo Bayer Leverkusen, mas é justo dizer que a Roma, num dia de melhor acerto na finalização, também teria saído desta primeira mão com um marcador bem mais simpático. Pedia-se pelo menos um golo, nem que fosse aquele que Abraham falha de baliza aberta.
Nada a assinalar na exibição do árbitro.