Em mais um derbi minhoto, o Moreirense levou a melhor sobre o Famalicão, já na reta final da partida. A cabeça Maracás resolveu um jogo algo enfadonho, em que a classificação das equipas apontava para outro futebol.
Depois de uma primeira parte sem oportunidades, o Famalicão entrou melhor no segundo tempo e carregou no primeiro quarto de hora. O Moreirense susteve a respiração, para mais tarde respirar fundo e conseguir a vitória nos dez minutos finais.
Em banho-maria: foi o estado do primeiro tempo em Moreira de Cónegos. Sem finalizações na área e sem grandes ocasiões de perigo, Moreirense e Famalicão tentaram desde cedo adiantar-se, mas o golo não chegou a aparecer e as equipas foram perdendo cada vez mais o fôlego à medida que o encontro se foi desenrolando.
Os cónegos ameaçaram ao começar, com Camacho a cruzar atrasado pela esquerda, mas Júnior estava atento. Na resposta, Puma entrou na área, mas a tentativa de fintar o guarda-redes adversário saiu furada. O Famalicão cresceu, mas, com o jogo muito encaixado, não foi capaz de mais do que controlar a posse de bola.
Como é seu hábito, o Moreirense foi tentando aproveitar transições para ferir os visitantes. Matheus Aiás, sem a capacidade de segurar de André Luís, esteve fora dela e os extremos foram investindo nas ofensivas pouco apoiados (Alanzinho também sem o fulgor de outrora).
Sem grandes evidências, o primeiro tempo acabou como começou.
O Famalicão entrou melhor e até rodeou as imediações da área no primeiro quarto de hora, mas o perigo não foi duradouro. Cadiz desperdiçou após carambola na área e o remate de Gustavo Sá esbarrou em Marcelo. O aviso foi dado, mas o Moreirense, mais organizado, reduziu a iniciativa famalicense, nivelando mais a balança.
As oportunidades continuavam escassas, mas quando apareciam, eram do lado visitante. Kewin complicou e quase ofereceu o ouro a Cadiz, depois Gustavo Sá cabeceou à barra. Perante alguma apatia dos 22 em campo, os técnicos fizeram entrar as armas secretas. Mingotti e Filipe Soares, ambos em estreia absoluta, foram lançados para mudar o rumo do jogo.
Num lance um pouco fortuito, e no meio de algumas carambolas, os cónegos inauguraram o marcador. Antonisse cruzou, a bola ressaltou no meio da área, sobrou para Madson, que assistiu Maracás, de cabeça. À boca da baliza, o central só teve de encostar, para colocar a equipa axadrezada mais perto da vitória, já dentro dos dez minutos finais.
A entrada de Danho, novo reforço famalicense, galvanizou a equipa. O avançado, de bicicleta, rematou contra a mão de Ponck, lance que Nuno Almeida não considerou suficiente para grande penalidade. De seguida, atirou ao lado, na última chance da sua equipa, que não conseguiu levar pontos de Moreira de Cónegos.
Mesmo não sendo sempre a melhor equipa em campo, o Moreirense está sempre no jogo. Sofreu e conseguiu o resultado idílico, já perto do final. Crença e vontade nunca falta à equipa sensação.
Mais um jogo apagado do panamiano, que não parece o mesmo depois da lesão grave sofrida na temporada passada. Pouco explosivo, não consegue desiquilibrar.
Nuno Almeida protegeu-se muito nas suas decisões, marcando muitas faltas em lances duvidosos. Há um lance muito polémico nos descontos, que poderia ter dado pénalti para o Famalicão. Poderia ter ido rever ao monitor.