No primeiro confronto de sempre entre Estrela da Amadora e FC Arouca, foram os visitantes que conseguiram dar continuidade ao seu bom momento na Primeira Liga. A turma de Daniel Sousa correu atrás do prejuízo e conseguiu levar os três pontos com mais uma vitória gorda (1-4), para juntar às que tem conseguido recentemente.
Para a equipa da casa, que até esteve na frente do marcador durante largos minutos, este é mais um capítulo da cada vez mais evidente maldição que se vive na baliza. A expulsão de Dida levou a formação tricolor a apostar na sua quarta opção para a posição de guarda-redes, num batismo que ficou diretamente ligado ao resultado final.
Por falar em inédito, o Estrela da Amadora não precisou de muito tempo para se colocar em vantagem e foi uma estreia absoluta a marcar no principal escalão do futebol português. Kialonda Gaspar, capitão e referência nesta formação tricolor, regressou ao onze após cumprir suspensão e deixou a sua marca ao 11º minuto do jogo, com uma cabeçada fulminante em resposta ao canto de Jean Felipe.
Do outro lado, o tridente ofensivo espanhol tentou, com a ajuda constante de Sylla, chegar a um golo que permitisse dar continuidade à boa série de resultados. Cristo González e Rafa Mujica procuraram a sua sorte com remates ambiciosos, antes de Jason se aproximar ainda mais, com um potente pontapé que acabou cuspido pela trave.
O crescimento do Arouca era evidente e começava a assustar os adeptos da casa, mesmo que isso não transparecesse nos constantes cânticos. Depois do pontapé ao ferro, a formação de Daniel Sousa não abrandou e chegou a colocar a bola dentro da baliza, num lance anulado porque Rafa Mujica, autor do golo, fez falta sobre Dida.
A primeira parte não foi amiga para o ponta de lança arouquense, que só recolheu ao balneário depois de ter visto Shinga negar-lhe mais uma ocasião flagrante com um corte decisivo, mas a baliza oposta trouxe sorte maior... Aos 47 minutos, a abrir o segundo tempo, Mujica finalizou o passe de Tiago Esgaio e pôde, por fim, celebrar o empate.
Foi um adensar da crise na baliza tricolor, que teve de ser entregue a um estreante de 21 anos. Edmilson Cambila foi lançado para o relvado e o batismo foi consumado com a defesa da grande penalidade, mas o que parecia ser uma noite de sonho acabou por se tornar num pesadelo para o guarda-redes angolano...
Um, dois três... Apesar do penálti defendido, a quarta opção do Estrela para a posição provou que a Primeira Liga ainda é um patamar demasiado elevado para si, e acabou por sofrer três golos, ficando mal na fotografia de cada um deles. Jason, Javi Montero e Bukia trataram de transformar a noite num 1-4 favorável ao Arouca.
Para encerrar o duelo desta quinta-feira, houve outro guarda-redes em evidência. Arruabarrena, da equipa visitante, esteve no centro de uma confusão que acabou por envolver vários jogadores e elementos das equipas técnicas.
Após uma etapa inicial onde não foi capaz de desbaratar a organização tricolor, o Arouca reentrou de forma astuta e eficaz no segundo tempo. O empate na primeira jogada dos 45' complementares ajudou á reação, mas há que dar mérito à forma como os pupilos de Daniel Sousa soube aproveitar os momentos que a partida lhes ofereceu, nomeadamente, a expulsão de Dida.
A meio de uma autêntica razia de opções na baliza, o Estrela sofreu mais um revés e este teve culpa de Dida. A agressão a Rafa Mujica deixou os tricolores reduzidos a dez unidades e expôs o jovem que o rendeu, Edmilson, lançado de forma inesperada ao assédio final do Arouca, também ficou ligado ao resultado final.
A deixar a partida correr de forma a que o ritmo não quebrasse, João Pinheiro teve nos 20' finais a decisão mais importante ao decidir expulsar Dida, o que, na nossa análise, foi a decisão mais adequada.