O Famalicão até entrou bem e inteligente na vantagem no miolo, mas a expulsão mudou as dinâmicas de uma jogo paupérrimo até à hora de jogo. Contudo, Sérgio Vieira mexeu bem na equipa e o Estrela tirou dividendos, ao ponto de vencer os famalicenses por 1-0, a sua 3ª vitória seguida, em todas as competições.
Com o campeonato de regresso, a Reboleira voltou a ser palco. Do lado do Estrela da Amadora, Sérvio Vieira fazia regressar à titularidade Ronald Pereira, Hevertton Santos e Kialonda Gaspar, enquanto do lado famalicense, o treinador João Pedro Sousa mexia também e colocava Topic, Gustavo Sá e Chiquinho como novidades no onze inicial.
A chuva não tinha dado tréguas ao longo de quase todo o dia na Amadora e isso influenciava desde logo a partida, embora o público tivesse marcado presença em bom número (3137) no José Gomes. Com o relvado mais pesado, mas a aguentar-se bem, as equipas apostaram bastante num jogo mais direto, em busca quase sempre da velocidade dos seus extremos.
Pouco depois, aos 33', sem que o Estrela se mostrasse realmente perigoso com bola, visto que estava bastante previsível e sem conseguir ligar jogo, Riccieli viu vermelho direto por travar Léo Jabá quando este se tentava isolar na cara do golo. O cartão até foi mais pela falta de vontade do central em jogar a bola e apenas travar o adversário, uma vez que Jabá até deu um toque com força a mais. Com mais um, o Estrela assumiu a posse de bola e melhorou ligeiramente, mas João Pedro Sousa reequilibrou a equipa (tirou Gustavo Sá e colocou Justin de Haas), assumindo um 4x4x1. O Famalicão perdeu fogo ofensivo, mas as dificuldades estrelistas no último terço continuaram até ao fim de uma 1ª parte pobre.
Claramente insatisfeito (e com razão) com o que a equipa (não) estava a produzir, Sérgio Vieira tentou algo novo ao intervalo, renovando os alas (a contribuir pouco, tanto na construção, como no ataque) e deu nova vida ao miolo, com Léo Cordeiro, que se mostrou bem mais ativo que Vitó rapidamente. Do outro lado, o Famalicão mantinha a coesão do 4x4x1, pressionando alto a espaços, mas encostando atrás assim que o Estrela passava do meio campo.
Com a responsabilidade do seu lado, o Estrela assumiu naturalmente a posse e até estava mais intenso e veloz na troca de bola, mas continuava muito previsível e a apostar excessivamente me cruzamentos largos, onde tinha clara desvantagem, visto que a sua referência ofensiva era Kikas, mais baixo que os centrais adversários. Faltava a tal ligação dos médios e quando Léo Cordeiro procurou o espaço entre linhas, resultou, de tal modo que o brasileiro deu um golo de mão beijada, aos 68', a Kikas, mas este recebeu mal e permitiu o corte enorme de Otávio.
Em desvantagem numérica e no marcador, o Famalicão parecia não ter argumentos para retirar algo do jogo, mesmo quando João Pedro Sousa tentou mexer as águas, mas ainda viu Ronald Pereira acertar no poste, aos 84', antes da sua equipa começar a tenar retirar algo do jogo, quase sempre pelos recém-entrados Pablo e Aranda. Era, no entanto, tarde e o Estrela mostrou-se uma equipa matura a defender e a gerir a posse e acabou mesmo por vencer por 1-0, a sua 3ª vitória seguida, mas bem pode agradecer à expulsão que mudou o jogo.
Apesar da primeira hora de jogo, há pontos positivos a retirar do jogo, em ambos os lados. No Famalicão, houve controlo, boa pressão e inteligência na vantagem do miolo até à expulsão. No Estrela, Sérgio Vieira viu que tem soluções viáveis a partir do banco, que fizeram toda a diferença.
Foi cerca de uma hora de jogo de quase nada, aborrecido mesmo e isto até quando estavam em igualdade numérica. Sem ser umas arrancadas de Puma e a pressão inicial famalicense, houve pouco a aproveitar. Pede-se mais, até porque ambas queriam vencer.
O árbitro Carlos Macedo assinalou algumas faltas desnecessárias ao longo da partida, mas nada grave. A decisão do cartão vermelho parece correta, pela intenção de Riccieli em travar apenas Jabá. O seu grande erro aparenta ter sido já nos descontos, quando Miguel Lopes parece jogar a bola com o braço na sua área, o que seria penálti para o Famalicão. A única justificação possível é a distância a que está do remate, mas mesmo assim....