O Sporting vai para a pausa no topo da Liga Portugal Betclic, depois de sair vencedor de um difícil embate contra o Arouca. Entrou forte e até se colocou em vantagem, mas encontrou alguns percalços no caminho para os três pontos...
Com a necessidade de vencer, uma vez que o vulto vermelho da águia já sobrevoava o leão, foi um cartão da mesma cor que ameaçou o triunfo. Foi preciso alguma luta para que o semáforo de Alvalade voltasse a abrir e o verde ultrapassasse o vermelho.
Embora mais tímido do que na quinta-feira, talvez mesmo devido ao resultado dessa noite, o público de Alvalade ganhou pujança depois do apito inicial. Primeiro devido às habituais canções de início de jogo, mas depois porque o Sporting entrou em campo de uma forma completamente distinta à desse jogo europeu. Leão dominante, com vontade de resolver cedo.
A grande novidade no onze foi Marcus Edwards, mesmo que a sua inclusão não tenha sido, de todo, uma surpresa. Está em grande forma e não precisou de muito tempo para prová-lo novamente.
Não lance semelhante ao do primeiro golo, com uma bola bem medida nas costas da defesa, os três centrais do Sporting apareceram isolados: Inácio, Coates e Diomande, na mesma ordem em que se alinham na área oposta, falharam todos o desvio fatal. O passe foi novamente de Edwards, que saiu ao intervalo devido a incidentes de que não teve qualquer culpa...
Daniel Ramos parecia incapaz de fazer o seu Arouca subir no terreno com bola, o que dava tranquilidade aos da casa. O Sporting encontrava espaços com facilidade e deixava a sensação de que o 2-0 estava próximo, até que soaram os alarmes. Ousmane Diomande expulso pela primeira vez na carreira.
Amorim tirou Edwards e reforçou a defesa com Matheus Reis, enquanto Daniel Ramos tentou ser mais atrevido que na primeira parte, lançando Pedro Santos e Jason Remeseiro. Foi este último que cruzou para que Mújica arouquense soasse em Alvalade, já que o avançado espanhol saltou mais alto (que Matheus Reis...) e cabeceou para o empate.
Ainda cedo para um cenário de total descrença, tal como as bancadas demonstraram, mas as circunstâncias estavam longe de favorecer ao Sporting.
Pedro Gonçalves, algo desligado do jogo na primeira parte, foi um dos elementos mais inconformados com uma possível perda de pontos. Tentou várias vezes ligar meio-campo e ataque, mas aos 69 minutos conseguiu mesmo fazer o mais decisivo dos passes. Depois de um drible, o camisola oito assistiu Morita para o golo que colocou o Sporting novamente na frente.
O semáforo abriu e o otimismo das bancadas nunca parecera tão justificado, mas o jogo ainda estava longe do fim. Se o Sporting podia ter dilatado, também o Arouca ameaçou o golo num par de ocasiões, até ter, já perto do fim, também um expulso do seu lado. No fim, o verde sobreviveu.
O Sporting não teve nenhum tipo de conforto esta noite, mas não se pode dizer que a equipa tenha jogado mal. Aproveitou mal o conforto inicial do jogo, fase em que podia ter marcado mais do que uma vez, mas, de resto, foi muito superior ao adversário, na vontade, esforço e qualidade do futebol. Assim, mereceu os três pontos que conquistou.
O Arouca entrou muito mal no jogo, a ceder espaços na sua defesa e a não conseguir testar a adversária, mas do céu caiu uma oportunidade de somar pontos. Conseguiu recuperar o empate num dos únicos ataques que fez, mas mesmo com vantagem numérica não conseguiu segurar esse resultado. Daniel Ramos e a sua equipa podiam ter feito mais.