Muita pedra teve de partir o leão para sair com os três pontos do Algarve. Grande penalidade desperdiçada, bolas nos ferros e a ineficácia dificultaram a tarefa, mas um golo de Paulinho permitiu ao Sporting vencer um jogo difícil (0-1), por culpa própria.
A falta de acerto na finalização voltou a complicar a tarefa aos leões, que dominaram e não mereciam o sofrimento. A equipa segue em fase de triunfos e também num bom momento defensivo, apesar da oposição adversária, neste capítulo, apenas ter surgido na reta final.
Em ciclo intenso de partidas, Amorim fez algumas alterações já habituais e deu a titularidade a Diomandé, Esgaio e Chermiti, além dos esperados regressos de Gonçalo Inácio e Ugarte ao onze. Frente a um adversário a atuar em bloco baixo e com muita presença em zona defensiva - opção habitual de Paulo Sérgio contra este tipo de rivais -, os leões controlaram os acontecimentos, mas viram, novamente, a ineficácia causar ansiedade e dificultar a tarefa.
Muita bola e um aproveitamento inteligente dos espaços foram criando várias situações de perigo para os homens de Rúben Amorim. Após recorrerem a remates de longe, o protagonismo passou para a falta de pontaria de Marcus Edwards, aspeto que impede o talentoso inglês de atingir outro nível. Começava a surgir a apreensão e até Pote, quase sempre eficaz dos 11 metros, contribuiu para o acentuar do desespero.
Após uma péssima abordagem de Zié Ouattara em dividida com Nuno Santos, o Sporting dispôs de uma grande penalidade. Pedro Gonçalves atirou por cima e o nulo chegou até ao descanso. Excelente resultado para o Portimonense, que apenas num livre de Maurício conseguiu ter alguma expressão ofensiva nesta fase da partida.
Paulo Sérgio procurou dar mais músculo ao meio-campo ao lançar Diaby no jogo, porém, o domínio visitante até aumentou de intensidade no segundo tempo. Um autêntico festival de oportunidades não convertidas aconteceu no Algarve, num daqueles jogos que marcam e perduram na memória.
Uma tentativa de corte de Park Ji-Soo só terminou na barra da baliza do Portimonense, com Pedro Gonçalves mais tarde a finalizar ao poste. Antes, o 28 leonino tinha obrigado Nakamura a uma bela defesa, com o guardião - a bola bateu na sua cara - a negar também as intenções de Ricardo Esgaio, que subiu bem a apareceu na área adversária.
A aflição estava instalada nos leões, que pareciam estar naqueles dias. A bola não queria entrar. A ousadia de Amorim, contudo, acabou por ser premiada e o caminho do golo foi encontrado. Mais recuado, Pedro Gonçalves serviu a movimentação de Paulinho de forma perfeita, com o recém entrado avançado a faturar em mais uma prova da sua tendência para os tentos de belo efeito.
Em desvantagem, o Portimonense acordou para o jogo e levou perigo em diferentes ocasiões, com Adán a ser chamado ao serviço. Três pontos garantidos e foco na Liga Europa.
1.º ⚽ golo de Paulinho fora de casa esta época: tinha marcado 10 em Alvalade e um em campo neutro (em Leiria, frente ao Arouca)
— Playmaker (@playmaker_PT) March 4, 2023
⚠ Paulinho não marcava fora de casa há quase um ano: 19 de maio, frente ao Vitória SC pic.twitter.com/F2bgkTonZv
A tarefa complicou-se devido à ineficácia, mas em nenhum momento o Sporting tirou o pé do acelerador. A equipa esteve sempre agressiva e focada na missão, com a inspiração a acabar por surgir na entrada para a reta final. Grande atitude e um compromisso que tem de orgulhar os adeptos leoninos.
O resultado não espelha a exibição algarvia. Pouca capacidade ofensiva e várias oportunidades permitidas aos leões, com mau posicionamento em diferentes lances. Continua longe de encantar este Portimonense, que raramente equilibrou forças contra este poderoso adversário.