Dois meses depois, o FC Arouca voltou a perder. A equipa de Armando Evangelista, que estava invicta desde o dia 11 de setembro, acabou derrotada, em casa, pelo Rio Ave, por 0-1. Uma boa entrada na segunda parte valeu ao conjunto de Luís Freire os três pontos, selados com o golo de Yakubu Aziz, de grande penalidade.
Foi um jogo cheio de boas intenções, mas que espremido redundou num espetáculo incapaz de gerar saudade. Instalados em lugares mais ou menos confortáveis (sobretudo os arouquenses) na véspera das «férias» do Mundial, FC Arouca e Rio Ave combateram, sobretudo, as próprias fraquezas na abertura da 13ª jornada da Liga portuguesa.
Ainda assim, aqui e ali, assistiu-se a apontamentos individuais interessantes. Na primeira parte, a equipa de Armando Evangelista mostrou, a espaços, o porquê de ter entrado para esta ronda a poder colar-se ao Sporting na classificação. Com David Simão responsável pela batuta, Morlaye Sylla confirmou as boas indicações que já tinha dado.
É certo que, em termos práticos, pouco ou nada resultou de um futebol protegido pela tranquilidade dos pontos, até porque o ritmo emprestado foi quase sempre baixo. Um remate de Sylla (2') e outro de Antony (21') acabaram por ser o «sumo» espremido, enquanto do outro lado só um cabeceamento de Aderllan Santos mereceu entrada nas notas.
Com boa vontade, porém, poder-se-á escrever que o registo qualitativo melhorou ligeiramente depois do intervalo, muito por culpa do conjunto de Luís Freire. Com Yakubu Aziz e Emmanuel Boateng bem mais ligados ao jogo, o Rio Ave chegou rapidamente a zonas diferenciativas.
E foi nessas investidas de Aziz e Boateng que os vila-condenses resolveram o jogo de Arouca, aos 57 minutos. Os dois ganeses combinaram, primeiro, para deixar Boateng na cara de Arruabarrena, que evitou o golo. Na sequência do lance, contudo, Mateus Quaresma acertou com a mão na cara do avançado do Rio Ave e João Pinheiro assinalou a grande penalidade que Aziz converteu.
Foram os minutos de maior emoção no sopé da Serra da Freita, porque ais 62 houve novo lance para grande penalidade a favor do Rio Ave. Desta vez foi Opoku a vestir-se de infelicidade e a pisar Aziz dentro da grande área. Combinados entre si, os ganeses trocaram de responsabilidade e foi Boateng a assumir a cobrança, mas Arruabarrena defendeu com mestria.
O talento do uruguaio acabou por reanimar um Arouca que tinha falhado por completo a entrada para o segundo tempo. O conjunto de Armando Evangelista foi à procura de evitar a primeira derrota desde o dia 11 de setembro, mas, tal como no início, das boas intenções não resultou proveito nenhum.
Num encontro em que as demonstrações coletivas não foram brilhantes, houve quem tivesse, ainda assim, mostrado qualidades. Yakubu Aziz, por exemplo, foi o «dínamo» quando o Rio Ave mais precisou. Do lado oposto, David Simão continua a provar que em termos técnicos está níveis acima dos colegas.
Foi um daqueles jogos que não encontrará espaço no livro de recordações. Ainda que a segunda parte tenha sido ligeiramente mais interessante, o certo é que nenhuma das equipas provou qualidade coletiva para gerar grandes emoções.
Parecia ter tudo sob controlo até aos cinco minutos que decidiram o encontro. Aí, João Pinheiro socorreu-se do VAR para assinalar duas grandes penalidades a favor do Rio Ave.