O Sporting conquistou a Supertaça de Futsal 2022, ao vencer o Benfica na final. Foi o oitavo título interno consecutivo conquistado pelos leões.
O jogo só foi decidido nas grandes penalidades, depois do empate a 3 no final do tempo regulamentar, e a 4 após prolongamento. Bernardo Paçó foi o herói, ao defender duas grandes penalidades.
Jogo de intensidade máxima na quadra, com problemas com ambas as claques - e muita gente a sentir-se mal nas bancadas devido ao calor que se fazia sentir, e que foi agravado pelas tochas abertas pela claque do Benfica.
Numa primeira parte sem golos, o equilíbrio foi a nota dominante. O Benfica entrou mais pressionante e de olhos postos na baliza, mas o Sporting tratou de serenar o ímpeto adversário, e dar a devida resposta.
Alternando entre minutos de domínio leonino com domínio encarnado, o primeiro tempo teve muitos duelos, intensidade máxima, algumas desavenças… mas não teve golos. Os culpados? André Sousa e Guitta, que, com um par de defesas difíceis mantiveram as respetivas balizas invioladas.
O Sporting ficou tapado por faltas com cerca de 5 minutos para jogar, mas soube gerir. As águias também chegaram às 5 faltas, mas já faltavam poucos segundos para o intervalo, e a situação não teve qualquer consequência.
Primeira parte de qualidade, onde só faltaram mesmo os golos.
Golos que acabaram por surgir logo no arranque da segunda parte – três golos em três minutos. Marcou primeiro o Sporting, com João Matos a aparecer sozinho no meio para abrir o ativo, aos 21’. A resposta do Benfica foi de pronto, empatando a partida logo no minuto seguinte, por intermédio do reforço Diego Nunes, que rematou de meia distância com a bola a sofrer um ligeiro desvio em Erick, e a trair Guitta.
Foi então a vez dos leões responderem de pronto, com Erick a remediar a situação involuntária com um golo aos 23’, na sequência de um livre batido por Merlim. O jogo abriu, e ficou mais emocionante.
A meio da segunda parte, Pulpis promoveu a estreia do guarda-redes brasileiro Léo Gugiel, que rendeu André Sousa na baliza do Benfica. A entrada de Gugiel permitiu ao Benfica utilizar o 5x4+GR com o seu próprio guardião, mas acabou por ver a estratégia sair ao contrário, com Esteban a fazer o 3-1 após um grande corte de Erick.
O Benfica corria atrás do prejuízo, reduzindo aos 36’ por intermédio de Rocha, que aproveitou uma carambola na área leonina para empurrar para golo. Logo a seguir, Chishkala vestiu a camisola de guarda-redes avançado, e os encarnados empataram a partida aos 38’, com um belo remate de Arthur.
Com o jogo empatado a 3, o prolongamento trouxe mais golos... nas duas balizas. Primeiro Sokolov, reforço russo do Sporting, voltou a adiantar os leões, mas, uma vez mais, o Benfica também respondeu de pronto - e também por um internacional russo, Chishkala. Com o 4-4 no final do prolongamento, foi preciso mesmo bater grandes penalidades para se apurar o vencedor do primeiro troféu da época.
Bernardo assumiu a baliza leonina, e Rocha falhou logo o primeiro penálti, e Paçó defendeu o terceiro, batido por Arthur, e o quarto, batido por Diego Nunes, tornando-se o herói desta conquista.
Jogo difícil – como sempre – mas que a equipa de arbitragem soube gerir quase sempre com firmeza. A juntar a Cristiano Santos (1.º árbitro) e Eduardo Coelho (2.º árbitro), a FPF decidiu nomear um árbitro para cada banco – Rúben Santos e Filipe Duarte – além do cronometrista Tiago Silva. Decisão acertada da FPF, que ajudou a um jogo de menos casos que em outros dérbis recentes.
Contrastando com a atitude dos adeptos na bancada, perante uma queda aparatosa de Erick, o staff médico do Benfica também entrou na quadra para ajudar a assistir o atleta do Sporting.
Isto, sim, é o desporto no seu melhor - e valeu um cartão branco.
Em 2022, ainda há gente a abrir tochas dentro de um pavilhão. Elementos da claque do Benfica decidiram fazer isso mesmo ainda no decorrer da primeira parte, já depois de terem tido problemas com o corpo policial durante a entrada no recinto.
Antes do início do prolongamento, houve confusão na bancada da claque do Sporting, entre adeptos e elementos do corpo de segurança.
Exige-se mais civismo aos adeptos, mas também mais e melhor intervenção da polícia, da organização - e dos próprios clubes, para erradicar comportamentos que não têm lugar no desporto.