*notícia atualizada às 23h58 para correção do resultado final
O Sporting conquistou a Taça da Liga 2021/2022. Os leões superiorizaram-se aos encarnados por 5x2, num jogo que teve partes distintas, e onde só a segunda foi sobre futsal.
Os primeiros 20 minutos ficam marcados por picardias desnecessárias, entradas duríssimas, uma expulsão – e podiam ter sido mais – num triste espetáculo que não dignificou nada nem ninguém.
O jogo começou mal. Aos 45 segundos já Robinho e Pany se tinham envolvido numa escaramuça, que originou o primeiro amarelo do jogo. Ânimos exaltados desde o início, que resultaram em minutos de muitos duelos duros, e em zero futsal.
Aos 7’, o lance que marca o jogo: Rocha acerta com a mão na cara de Cavinato, abre o sobrolho ao 17 do Sporting, e é expulso. O fantasma da Supertaça voltava a pairar sobre o Benfica, com a expulsão de um pivot a condicionar todo o jogo encarnado – ou seja, aconteceu literalmente aquilo que Pulpis tinha dito que NÃO queria que acontecesse. Com Tayebi de fora, só sobrava Jacaré para o 3:1 das águias, que passaram a ter que correr atrás do resultado a partir dos 8’, visto que os leões não desperdiçaram a superioridade numérica, com Alex “Mago” Merlim a abrir a contagem.
O jogo não ficou melhor, com o Benfica a atingir as 5 faltas aos 16’ e o Sporting aos 17’. Pelo meio, vários amarelos.
A 20 segundos do intervalo, a dupla Merlim e Cavinato voltou a fazer das suas, com o camisola 29 a bisar na partida, e a recentrar as atenções de toda a gente no essencial: jogar futsal.
No segundo tempo, tivemos futsal. Houve golos, houve emoção – também houve duelos durinhos, mas nada comparável ao que tínhamos assistido na primeira parte.
O Benfica, que corria atrás do resultado, até entrou melhor, mais rematador, mas abusando do remate exterior. A resposta do Sporting foi de bola parada, aos 27', com Pany a repor a bola servindo Pauleta para o golo.
Os encarnados não desistiam, e partiram em busca do resultado, reduzindo dois minutos depois, por intermédio de Bruno Cintra, depois de uma defesa incompleta de Guitta a remate de Henmi. O golo deu alento à turma encarnada, que voltou a marcar pouco depois, aos 32', por intermédio de Chishkala a passe de Arthur - desde sempre o mais inconformado do lado benfiquista.
A margem mínima deixava tudo em aberto, e o Sporting voltou a acelerar em direção à baliza de André Sousa, recolocando-se a vencer por 2 à passagem do minuto 35', depois de um grande trabalho de Pauleta, que assistiu Pany para o quarto dos leões.
Com cerca de 4 minutos para jogar, o Benfica apostou no 5x4+GR, mas a estratégia revelou-se infrutífera, dando origem ao bis de Pany, que não desperdiçou um contra-ataque e visou a baliza aberta.
A buzina soou ao som dos festejos dos adeptos leoninos, que acorreram em grande número ao pavilhão, bem como os do Benfica, praticamente esgotando a lotação e não falhando no apoio às equipas.
5-2 | ||
Alex Merlim 8' 20' Pauleta 27' Pany Varela 35' 39' | Bruno Cintra 29' Ivan Chishkala 32' |
A expulsão de Rocha, que deixou o Benfica a jogar com menos 1 - e retirou uma opção muito importante a Pulpis na rotação (recordando que Tayebi ficou de fora) - marcou em definitivo o jogo.
O Sporting não perdoou, e o Benfica viu-se na mesma situação que na Supertaça. Exatamente a situação que Pulpis sublinhou que não queria. Assim, nenhum treinador faz milagres.
Arbitrar um dérbi nunca é fácil, mas pedia-se mais a Eduardo Coelho (AF Aveiro) e Miguel Castilho (AF Lisboa). Ambos árbitros internacionais, tiveram uma arbitragem inconstante, mostrando um amarelo aos 45 segundos de jogo e aos 10’, já depois da expulsão de Rocha, regrediram no critério para avisos a jogadores que constantemente faziam faltas uns sobre os outros.
Não tiveram mão no jogo, o que contribuiu para aquilo que se viu na quadra – e o que se viu não foi bonito.
Quando tudo falha, há sempre Merlim. O 'mago' foi o desbloqueador do jogo, marcando os dois golos da primeira parte, dando uma vantagem importante aos leões.
Os golos, particularmente o segundo, tiveram o condão de recentrar o foco de toda a gente no essencial: o futsal. Foi o melhor em campo também por isso.
Para que este jogo seja o melhor dérbi do mundo é preciso que seja sobre futsal. Hoje, não foi esse o foco das equipas, mais preocupadas em ver quem era o mais durão do recreio que em jogar à bola.