Num duelo bem tardio de segunda-feira, a fechar a jornada 7 da Liga, Boavista e Estoril-Praia dividiram pontos num jogo em que os axadrezados estiveram muito tempo em vantagem mas deixaram-se empatar.
A equipa axadrezada teve ligeiro ascendente no primeiro tempo e chegou à vantagem numa grande penalidade convertida por Sauer, que continuou o grande momento goleador, mas do banco estorilista saltou André Franco para ditar o desfecho final e dar ao Estoril uma pequena recompensa pela reação no segundo tempo.
A formação de Bruno Pinheiro consegue assim manter-se nos quatro primeiros lugares apesar da derrota na ronda anterior com o Sporting, o Boavista prolonga para quatro a série de jogos sem vencer na Liga.
Com quatro jogadores importantes de volta ao onze inicial após a vitória para a Taça da Liga, João Pedro Sousa manteve o esquema de três centrais com laterais/alas muito projetados no ataque, com a solidez do meio-campo a ser responsabilidade da dupla Seba Pérez/Makouta.
Do outro lado, Bruno Pinheiro confiava na criatividade de Francisco Geraldes logo de início e dava a primeira titularidade da época a Rui Fonte, que deixou para trás uma época de calvário no SC Braga, atormentada por uma lesão grave.
O horário era bem tardio - veja-se a secção «o pior» -, nem por isso as equipas se deixavam adormecer e mesmo que a primeira parte não tenha tido um grande número de ocasiões claras teve, isso sim, um jogo bastante disputado e equilibrado, com um penálti a ser favor decisivo.
Os canarinhos - com camisolas azuis-claras - até se aproximaram cedo da baliza defendida por Alireza, que relegava Rafael Bracali para o banco pela primeira vez neste camponato. Já o golo, esse pertenceu aos da casa: com 19 minutos jogados, um cruzamento de Nathan foi cortado por Chiquinho com o braço e, após largos minutos de espera, Miguel Nogueira apontou para a marca do penálti. Gustavo Sauer, em grande momento, não tremeu na hora H.
Se a primeira metade tinha tido algum ascendente do Boavista, por muito ligeiro que tenha sido, a segunda mostrou um Estoril-Praia a querer bem mais do que aquilo que a noite lhe estava a dar, quiçá até levar os três pontos do Bessa.
A equipa de Bruno Pinheiro foi à procura da reação no marcador, assumiu grande parte da posse de bola e foi do banco que saltou a solução para, pelo menos, resgatar um ponto. André Franco tinha acabado de entrar e respondeu a uma bola vinda do pé de Francisco Geraldes, desviando de primeira para o 1x1 que viria a ser final.
A equipa estorilista ainda procurou algo mais, com Geraldes em bom plano na construção ofensiva, mesmo passando por momentos de muita tensão com os adeptos da equipa da casa. Por outro lado, o Boavista desperdiçou uma clara ocasião de xeque-mate quando Ntep falhou de forma clamorosa a baliza estorilista.
No final, uma partilha de pontos que não deixa ninguém propriamente feliz, mas que não constitui qualquer drama para equipas com os objetivos que têm neste campeonato.
A equipa de Bruno Pinheiro esteve até por baixo no primeiro tempo, ainda que com uma diferença muito ligeira, mas a atitude para lá do intervalo mostrou um Estoril que queria não só empatar mas até levar os três pontos. Ficou a meio da missão, mas voltou a deixar os bons indicadores que colocam a equipa no top 4 da Liga neste momento.
Este horário já se tornou habitual em jogos da Liga, mas nunca é ideal para os envolvidos e em particular para os adeptos visitantes. Desta vez a fava calhou aos estorilistas, tal como já tinha sido na anterior deslocação da sua equipa, então a Tondela. O jogo terminou para lá das 23h, seguem-se centenas de quilómetros pela noite fora num dia de semana.
Arbitragem globalmente positiva de Miguel Nogueira. Demorou muito tempo para rever as imagens da grande penalidade, mas aceita-se porque era um lance de muito difícil análise. Bem no capítulo disciplinar.