Um grande golo de Cristian Borja no primeiro tempo, o primeiro do defesa colombiano ao serviço do SC Braga, valeu aos guerreiros o triunfo pela margem mínima na visita ao Santa Clara e a aproximação ao FC Porto, que tem apenas mais um ponto do que a equipa de Carlos Carvalhal.
O duelo foi de elevada qualidade e equilibrado, tanto devido a largos momentos de ousadia dos açorianos como por efeito do avolumar de jogos do SC Braga nas últimas semanas, mas os favoritos conseguiram manter a vantagem durante 80 minutos de tempo regulamentar e regressar aos triunfos depois dos dois empates contra o FC Porto, em jogos de Liga e Taça.
O Santa Clara deixou uma bela imagem, fez tudo para chegar ao empate ao longo do segundo tempo, em particular, mas não conseguiu evitar a derrota, depois de quatro jogos consecutivos na Liga sem perder, e mantém-se a seis pontos do Vitória SC.
Quem esperasse um duelo acessível para o SC Braga estaria totalmente errado, mesmo tendo em conta que o único golo do encontro surgiu cedo: logo aos dez minutos, e depois de Fransérgio ter feito a primeira ameaça, a bola sobrou para Cristián Borja e foi com um fantástico pontapé de esquerdo que o marcador mexeu, com a celebração a servir de dedicatória a David Carmo, lesionado com gravidade no jogo anterior dos guerreiros.
Além da inevitável saída de David Carmo para entrada de Raul Silva e da novidade Borja, titular pela segunda vez, Carvalhal tinha também promovido os regressos ao onze de João Novais e Abel Ruiz. Quanto ao espanhol, o elemento mais fixo no ataque dos bracarenses, escasseavam os momentos em que a bola chegava a essa zona em boas condições, o que traduz a boa estratégia montada por Daniel Ramos, num Santa Clara capaz de tornar tímidas as investidas bracarenses. Por outro lado, os açorianos não conseguiam numa primeira fase aproveitar o imenso espaço nas costas de uma defesa do SC Braga muito subida, mesmo com jogadores como Carlos Júnior, Ukra e Shahriar no onze inicial.
Carlos Júnior ainda tentou de calcanhar perto de Matheus, sem sucesso, com Ricardo Horta a ser bem condicionado pela defesa dos açorianos no lado oposto e Galeno a encontrar a resistência do guardião Marco Pereira já perto do intervalo. O fim da primeira parte chegaria depois de um ascendente do Santa Clara e com essa vantagem mínima, construída pelo que seria mesmo o melhor momento do encontro (e, certamente, dos melhores da jornada).
O Santa Clara, a fazer um ótimo campeonato de forma global, não se deixou ficar. Depois de ter terminado o primeiro tempo em crescendo, manteve a toada pela segunda parte fora e ameaçou de muitas formas diferentes o empate, contra um SC Braga que chegou a ter de se agarrar com unhas e dentes à vantagem mínima. Tal como o vento se sentia cada vez mais, também a equipa da casa se mostrava cada vez mais.
Carlos Júnior tentou de novo, dessa vez de longa distância e com um remate que ameaçou a baliza de Matheus, Lincoln usou os momentos de bola parada para dificultar a vida ao guardião do SC Braga, que se ia segurando. Os açorianos forçavam os bracarenses a baixar no terreno, algo que certamente não agradava a Carlos Carvalhal.
Também tentando tirar partido da direção do vento, a equipa de Daniel Ramos acabou o jogo a dar o tudo por tudo em busca do ponto, incluindo com as entradas em campo de vários jogadores ofensivos nos últimos 20 minutos, mas o Braga conseguiu segurar-se e leva três pontos que permitem ganhar força na luta imediata pelo segundo lugar.
Decisivo no resultado, o defesa colombiano fez uma exibição completa. Aos 10 minutos, fez um golo que é claro candidato a golo da jornada, estreando-se a marcar pelo SC Braga. A nível defensivo foi sempre seguro, ocupando a posição de central à esquerda.
Foi um grande jogo, com elevado número de aproximações às duas balizas, e merecia um resultado com mais golos, fosse para quem fosse. Faltou critério e definição no último terço, por parte de ambas as equipas.