Uma vitória suada, que podia ter sido bem mais confortável, mas com sabor para os portistas, que saltam de forma isolada para o segundo lugar do campeonato depois de um golo de Taremi em Faro horas depois de o Benfica ter empatado com o Nacional. A equipa de Sérgio Conceição criou várias oportunidades para vencer o Farense de forma confortável, mas os azuis e brancos foram perdulários e os algarvios podiam mesmo ter chegado ao empate.
Pouco tempo depois da derrota na Taça da Liga e do empate no Clássico, o FC Porto entrou pressionado, mas também pressionante. A equipa azul e branca tem por hábito entrar com tudo para todos os jogos, mas depois de ver o rival Benfica ceder pontos na Luz pouco tempo antes de entrar em campo a equipa de Sérgio Conceição chegou ao Estádio de São Luís com vontade de saltar o mais rápido possível para o segundo lugar da classificação.
A viagem a Faro, a primeira nos últimos 18 anos, não se adivinhava fácil para os dragões. O Farense vive uma situação complicada na tabela, como tantas equipas neste momento, mas vinha fazendo do regresso ao seu estádio a sua grande força. Ainda sem derrotas no Estádio de São Luís, os algarvios tinham intenções de manter esse estatuto, mas a pressão portista à entrada foi insustentável para a equipa de Sérgio Vieira.
⌚️Intervalo: SCF 0-1 FCP
🇮🇷Taremi esteve presente em 60% dos últimos 10 golos do 🔵FC Porto:
vs Farense [0-1]: ⚽️1 golo
vs Benfica 1-1: 🦶1 assistência
vs Nacional 2-4: ⚽️1 golo, 🦶1 assistência
vs Famalicão 1-4: ⚽️⚽️2 golos pic.twitter.com/Ht0zO37HG5
— playmakerstats (@playmaker_PT) January 25, 2021
Ainda sem Sérgio Oliveira mas com Otávio, Manafá e Taremi, Sérgio Conceição apostou no regresso dos três e cedo se percebeu porquê. Otávio esteve sempre muito interventivo e envolveu-se no jogo interior dos portistas, que desde cedo tomaram conta do miolo algarvio fruto de uma pressão intensa e de alguns erros (e também passividade) do Farense no seu setor mais recuado. Os sinais de perigo eram evidentes e vinham quase sempre da direita.
A sociedade Otávio-Corona estava imparável e foi assim que se construiu o lance do golo azul e branco, com o mexicano a encontrar Manafá solto no flanco. O outro regressado trabalhou bem no lado direito e entregou a bola a Taremi, mais um de regresso ao onze e também aos golos. Cada vez mais influente, o iraniano levou os portistas para o caminho procurado desde o apito inicial. No banco algarvio, Sérgio Vieira pedia reação aos seus jogadores.
O Farense sofreu ainda sem chegar à baliza de Marchesin e teve dificuldades para causar perigo à equipa azul e branco. Alguns pontapés de canto foram dando confiança aos algarvios, mas no setor recuado as ofertas de Amine e Fábio Nunes retiravam essa mesma confiança e iam obrigando a equipa de Sérgio Vieira a recuar. Defendi, apesar dos problemas físicos demonstrados nos primeiros minutos de jogo, ajudou o Farense a manter o 0x1 passível de correção ao intervalo, algo que a equipa algarvia precisava mesmo, apesar de ter vindo a crescer ao longo do primeiro tempo.
Tinham sido 45 minutos de clara superioridade azul e branca, com equilíbrio algarvio aqui e ali, mas sempre com o FC Porto mais perigoso e Defendi obrigado a intervir. O início da segunda parte escreve-se da mesma forma, mas sem marcar a equipa de Sérgio Conceição arriscou-se mesmo a sofrer.
As mexidas de Sérgio Vieira ajudaram o Farense a crescer aos poucos, mas o maior risco ofensivo dos algarvios permitia ao FC Porto criar mais ocasiões de golo junto à baliza de Defendi. Uma e outra vez, o brasileiro travou iniciativas de Marega, Corona e Taremi e segurou o Farense, que mostrou a tal agressividade que o seu treinador ia pedindo e com o risco esteve muito perto da recompensa.
Apesar das ocasiões claras dos azuis e brancos, o 0x1 manteve-se de uma forma perigosa e o Farense teve mesmo uma dupla ocasião flagrante para fazer o golo do empate, acabando por rematar duas vezes à barra de forma incrível. Os azuis e brancos termiam com o passar do tempo e os algarvios iam acreditando com o acumular de oportunidades.
O provérbio é conhecido, mas com sofrimento e com alguns problemas físicos à mistura (Manafá saiu lesionado) o FC Porto superou o exigente teste de Faro e foi a primeira equipa a passar no Estádio de São Luís. O Farense vendeu cara a derrota e mostrou que as viagens a Faro (os azuis e brancos foram os primeiros candidatos ao título a passar por aqui) vão ser de exigência máxima, mas a primeira parte acabou por custar caro à equipa algarvia e ajudou o FC Porto, que teve muitas oportunidades para resolver o encontro na segunda parte, a saltar de forma isolada para o segundo lugar da Liga... e para a semana há dérbi entre Sporting e Benfica!
Manuel Mota adotou uma arbitragem pedagógica, preferindo a conversa aos cartões. O árbitro ainda teve um lance de difícil análise, com auxílio do VAR. Em conjunto terão entendido que a mão de Corona não seria grande penalidade. A bola toca no braço do mexicano, que falhou o cabeceamento, mas o facto de estar junto ao corpo do extremo portista pode ter levado à decisão da equipa de arbitragem.
Já são muitos anos juntos. Otávio regressou e essa foi logo uma boa notícia no pré-jogo para o FC Porto. O brasileiro acabou por mostrar porquê. O entendimento com Corona faz da equipa de Sérgio Conceição uma equipa mais perigosa ofensivamente, com vários movimentos interiores de dois dos jogadores mais talentosos dos azuis e brancos, que em várias ocasiões apareceram perto um do outro para fazer a diferença.
Sérgio Vieira esteve sempre muito interventivo no banco de suplentes, em particular na primeira parte, pedindo uma atitude mais ativa aos seus jogadores, em particular no momento defensivo. Os algarvios sofreram com a pressão portista e acabaram por cometer alguns erros em zonas proibidas. Faltou mais agressividade defensiva aos Leões de Faro. A segunda parte foi bem diferente muito por mérito dos algarvios.