A estreia de professor Jesualdo Ferreira esteve a poucos minutos de ser perfeita, mas o aluno Pepa encontrou forma de a estragar, arrancando um empate a uma bola nos minutos finais da partida. Tudo isto num jogo muito disputado desde o primeiro minuto e numa autêntica partida de xadrez em que só faltou o xeque-mate.
Apesar de mudar apenas duas peças, Jesualdo trouxe novidades que foram percetíveis assim que soou o apito inicial, com Angel Gomes a posicionar-se na frente de ataque como «falso 9» e Sauer e Paulinho, que já atuaram como extremos esta temporada, a formarem dupla no meio-campo, à frente de Javi. Do lado do Paços, seis mudanças e o regresso ao onze habitual, como era de prever.
De resto, as oportunidades de golo não foram muitas, com o jogo a disputar-se maioritariamente a meio-campo e com as duas equipas à procura de um erro adversário que nunca surgiu. Apesar de poucas, as oportunidades foram boas, com o Boavista a ver Jordi negar os remates cruzados de Paulinho e Yusupha e Léo Jardim a brilhar perante o cabeceamento de Marco Baixinho, na sequência de um pontapé de canto.
A segunda metade começou com as duas equipas mais próximas das balizas, com Yusupha a dar o exemplo - valeu nova boa intervenção de Jordi - e Bruno Costa a responder do outro lado. Havia outra predisposição dos dois lados, por isso foi com naturalidade que chegou o primeiro golo, que podia ter sido para qualquer uma das equipas, mas a «sorte» saiu ao Boavista, com Elis a combinar com Angel e depois a picar sobre Jordi.
Mais uma vez, podia cair para qualquer lado, mas Pepa fez tudo para que caísse para o seu, com as entradas de João Pedro e Uilton, e deu-se bem. Já dentro dos últimos minutos, Marcelos desviou um livre lateral, que caiu nos pés de João Pedro e o jovem avançado restabeleceu a igualdade e, diga-se, a justiça no marcador. Até ao fim, continuou o Paços por cima, mas o Boavista aguente e o resultado não voltou a mudar.
Durante boa parte do jogo, o Boavista conseguiu condicionar a saída de bola e o jogo apoiado do Paços de Ferreira. Isso mudou depois do golo sofrido e muito graças a Pepa, que soube reagir e deu à equipa as armas necessárias a partir do banco para restabelecer a igualdade.
A nota no geral tem de ser positiva, com o Boavista a mostra-se com mais personalidade e com um plano claro que resultou durante grande parte do encontro. Esse plano falhou na parte final e acabou por custar os três pontos aos axadrezados, que não souberam segurar a vantagem.
Tal como o jogo, Tiago Martins foi melhorando com o passar do relógio. Começou por apitar demasiado na primeira parte e mostrar amarelos com alguma facilidades, mas ajustou o critério na segunda parte. Ainda assim, nota positiva para o árbitro de 40 anos.