O jogo de futebol só acaba quando o árbitro apita. A lição é antiga e voltou a ser comprovada este domingo, no Estádio João Cardoso. O Tondela chegou cedo à vantagem e guardou-se até bem perto do final, mas quando tudo apontava para a estreia vitoriosa de Pako Ayestarán ao comando dos beirões, eis que surgiu o também estreante Ryotaro Meshino! No final das contas, um empate a uma bola que acaba por ser justo para as duas equipas.
A expetativa em torno do encontro era grande, até porque o jogo marcava a estreia na Liga NOS de Pako Ayestarán e de Mário Silva. De um lado havia a curiosidade para ver pela primeira vez e perceber o que vale(rá) o renovado Tondela e do outro para perceber se os bons sinais demonstrados no duelo europeu seriam para manter.
Tudo isto ganhou outra dimensão aos 9 minutos - já depois de um golo anulado a Piazón -, com o primeiro golo da partida. Canto de Agra e cabeceamento certeiro de Ricardo Alves, que não só adiantava os beirões, como dava também à equipa a confiança necessária para seguir com um plano que estava (e continuou) a resultar na perfeição.
O Rio Ave, fiel ao seu estilo de futebol apoiado, raramente conseguia destabilizar a concentrada equipa do Tondela, com exceção para um remate de Piazón a rasar a barra e um livre de Jambor, este em cheio na barra. De resto, a equipa de Mário Silva, depois desse período de domínio passivo e consentido, acabou mesmo a primeira parte por baixo no encontro, com o Tondela, que até dispôs da melhor oportunidade para voltar a marcar, a justificar a vantagem ao intervalo.
Ao intervalo, Mário Silva lançou Bruno Moreira para o lugar de Piazón, tentando oferecer uma referência ao ataque rioavista e aproximar-se da baliza adversária. Essa aproximação aconteceu mesmo, ainda que não através do avançado, com Tarantini e Carlos Mané a comprovarem a boa entrada da equipa com duas boas oportunidades, mas a falharem o alvo.
O tudo por tudo do Rio Ave chegou à entrada dos últimos 20 minutos, já depois de Salvador Agra quebrar o ritmo do jogo devido a uma lesão muscular. Mário Silva lançou Geraldes e Gabrielzinho, entregando a Mané toda a ala direita, mas continuava a não resultar. Já para lá do 90’, o recém-entrado Meshino surgiu em boa posição e conseguiu finalmente desfeitear Niasse, empatando o jogo a uma bola.
Um último fôlego quando já pouco o fazia prever, que acaba por trazer justiça ao marcador e garante a divisão de pontos na estreia de Tondela e Rio Ave na presente edição da Liga NOS.
Uma das maiores curiosidades para a nova temporada da Liga NOS é perceber o que vale este Tondela e Pako Ayestarán e a primeira amostra foi bastante positiva. Consciente das suas debilidades, o Tondela apresentou-se organizado e apostado em surpreender nas transições rápidas e foi por pouco que o plano não resultou na perfeição.
Quem só viu a primeira parte ficou certamente com a ideia de que o Rio Ave está longe do que mostrou no passado, mas quem viu a segundo já pensa de forma bem diferente. Duas partes distintas, ficando só a faltar perceber o porquê da equipa de Mário Silva ter dado 45 minutos de avanço ao Tondela.
Ficam algumas dúvidas no lance da possível grande penalidade por mão na bola de Pedro Augusto. De resto, nada a assinalar.