Uma escorregadela daquelas. O FC Porto empatou nos Arcos a duas bolas, num encontro de duas partes completamente distintas, e pagou demasiado cara a apatia demonstrada no segundo tempo. O Rio Ave correu atrás do prejuízo e virou um autêntico balde de água fria sob o campeão nacional que centra agora todas as atenções na Pedreira, este domingo.
Eficácia. É a palavra que melhor define esta primeira parte algo insossa nos Arcos. Isto porque nos primeiros 15 minutos nem Rio Ave, nem FC Porto deram amostras de bom futebol. Muito mal jogado. Passes de bola, passes falhados, demasiadas invenções no momento de terminar com as transições.
Se do lado portista Brahimi dava sinais positivos, Marega perdia claramente nos duelos com Rúben Semedo, assim como Corona, cuja mobilidade pouco ofereceu à equipa. Já Éder Militão teve de se aplicar perante a ameaça constante de Gabrielzinho - bem auxilado por Gelson Dala -, que tentou, por via da velocidade - no 1x1 ofensivo nem por isso -, dar maior alento a um Rio Ave adormecido e apático.
De forma descontraída e algo natural, diga-se, o FC Porto aumentou distâncias. Nova transição ofensiva, novo golo. Marega, desta vez solto na área, rematou para infortúnio de Júnio Rocha, que traiu Leo Jardim na baliza. Ficou patente, também, uma picardia entre o maliano e Artur Soares Dias.
Das bancadas vilacondenses surgiam protestos pela inoperância ofensiva da formação de Daniel Ramos. Dala e Gabrielzinho, apesar da muita bola, tardavam em soltá-la; Nuno Santos, algo desaparecido, nada acrescentava e Bruno Moreira perdia praticamente todas as divididas com Pepe. Só Tarantini, num cabeceamento, criou ligeiro perigo a Casillas.
Procurava-se mais intensidade, e essa voltou a escapar nos minutos iniciais. O Rio Ave, obrigado a correr atrás do prejuízo e a fazer pela vida, apenas ganhou mais ímpeto passados uns bons minutos. E, note-se, as oportunidades flagrantes foram todas dos homens de Vila do Conde.
Avizinhava-se uma reta final difícil para o dragão adormecido e assim foi. O FC Porto relaxou em demasia, pouco ou nada criou no ataque e mostrou-se mais do que permeável na linha defensiva. Nesse sentido, aproveitou o possante e recém-entrado Ronan para deixar tudo igual, mesmo com Jambor fora de campo. Um enorme balde de água fria para os comandados de Sérgio Conceição que escorregaram e de que maneira na luta pelo título. Agora, as atenções estão viradas para a Pedreira...