Uma remontada espetacular por parte do Tondela, que perdia 0x2 ao intervalo e que ganhou por 3x2, coloriu, e de que maneira, o fecho da jornada. Um grande jogo oferecido pelas duas equipas e um triunfo que se explica pela maior crença de um Tondela que se reaproxima da zona de salvação.
A situação pontual, traduzida em termos de conforto, explicou porque é que o Portimonense chegou ao intervalo na frente. Não teve mais bola nem mais remates, mas era fácil perceber que estava com menos pressão que os beirões e que a forma incisiva como atacava o colocava mais perto de marcar.
Houve ansiedade na equipa de Pepa. Perfeitamente normal e tarefa complicada a de gerir esse aspeto. Não que o futebol apresentado não tenha sido bom, porque foi. Depois do golo inaugural dos algarvios, marcado na sequência de um canto com duas cabeçadas seguidas, a equipa da casa reagiu com vontade, intensidade e ideias, o que se traduziu em vários lances desenhados pelo exterior (sobretudo à direita) e que levaram muito perigo ao último terço.
Posto isso, nova toada mais dividida, tal como nos primeiros minutos, e eis o segundo golo, num livre cobrado pouco depois do meio-campo por Paulinho e que acabou por não desviar em ninguém.
Desânimo na plateia beirã, que até estava a gostar do comportamento da equipa, mas que foi para o descanso a pensar que o cenário classificativo ia ficar ainda mais negro.
Crença há sempre e quem vai à bola gosta de acreditar. É um dos principais condimentos do futebol. Mas não seriam muito altas as expectativas para os segundos 45 minutos para o povo tondelense.
A necessitar de passar uma mensagem, Pepa mexeu duplamente ao intervalo, passou Murillo para a direita e lançou Peña para o meio. Mais dinâmica e renovada intenção, contra um Portimonense aparentemente a controlar as operações, mas sempre recuado no terreno.
O estádio cresceu no apoio à equipa da casa, que se galvanizou e que continuou incessante à procura dos pontos. Seria a última substituição decisiva, já que Pité entrou e imediatamente fez um grande golo que igualou o desafio.
Totalmente invertido o jogo em termos anímicos, o Tondela continuou a correr riscos e foi premiado pelo arrojo. Num lance de bola parada, a bola foi colocada na área de Ricardo Ferreira e o caminho para a vitória chegou pelo abnegado Ricardo Costa.