O Benfica está fora da Liga dos Campeões. O Benfica está fora das competições europeias. O Benfica voltou a não marcar. O Benfica tornou a sofrer e a cometer erros defensivos. O Benfica prolongou o adjetivo de "vergonhoso" que já há algum tempo se lhe atribui pela participação nesta fase de grupos. Mas agora já não há matemática que possa ajudar a minimizar o lado dramático de uma participação que merece reflexão profunda.
Há somente mais um jogo, contra o Basileia, que servirá de nada e que só pode servir para selar da pior maneira uma campanha que tinha excelentes hipóteses de sucesso... na teoria. Ao quinto jogo, a quinta derrota, frente a um CSKA que voltou a ser melhor, não na qualidade, mas na inteligência.
Essa nuvem até começou por ser apenas cinzenta, baseada num 4x3x3 que se mostrou trapalhão com Filipe Augusto a meio e com Jonas sem conseguir espaço no meio da teia defensiva da equipa russa, novamente com três centrais. Após 10 minutos entretidos, a equipa da casa cresceu na pressão e o Benfica só conseguiu sair do seu meio-campo depois de sofrer.
Em mais uma demonstração de fragilidade defensiva, as águias arriscaram na linha defensiva e acabaram por sofrer (de forma irregular, é verdade) um golo que tornou a tal nuvem muito mais negra, densa e com muita dificuldade em passar. Só nos últimos 10 minutos do primeiro tempo haveria espaço para alguma expressão ofensiva das águias, se bem que curta, muito curta para assustar.
⏰56' CSKA Moskva🇷🇺 [2]-0 🇵🇹Benfica
— playmakerstats (@playmaker_PT) 22 de novembro de 2017
🇧🇷Jardel fez o 3.º auto-golo nas competições europeias e igualou o pior registo de sempre nas provas da UEFA.
⚽️Mais auto-golos na UEFA (3):
🇧🇷Jardel
🏴Caldwell
🇳🇱Wisgerhof pic.twitter.com/EUNTrMvy6A
O período de maior clarividência de construção da equipa encarnada foi no início do segundo tempo. 10 bons minutos, com Cervi a ajudar Salvio na hercúlea tarefa de procurar alguma criatividade. Momentos que foram travados pela inteligência russa a fazer faltas. Não sendo nenhum primor técnico, o conjunto do CSKA soube sempre melhor o que fazer, nomeadamente na gestão dos tempos com bola e nas apostas em quem mais condições tinha para a levar a bom porto.
Esse era normalmente Vitinho, como demonstrou o segundo golo, a sentenciar um desafio onde o muito querer das águias em nada tinha correspondência com a qualidade apresentada.
Ainda teve mais posse até final do encontro, mas não teve mais argumentos do que até então. Um triste fim, mas um fim que diz muito sobre este Benfica.