A semana no FC Porto foi quente. Teve pelo meio uma eliminação da Taça da Liga, cortes no plantel e...muitas críticas a tudo o que é árbitro. Os adeptos, os jogadores e até o treinador colocaram o foco na arbitragem e pagou-se um pouco o preço, porque resultou num nulo em Paços de Ferreira e num atraso de seis pontos para o líder Benfica. É certo que algumas das cíticas até podem ser justas, mas mais importante que tudo isso é qualidade em campo e essa foi irregular.
O clima não estava bom em Paços e não estamos só a falar do muito frio. A qualquer falta, ou lance duvidoso olhava-se e protestava-se com Artur Soares Dias. O que não foi, de certeza, culpa do juíz foi a falta de eficácia do FC Porto na primeira parte e a exibição cinzenta na segunda parte.
Rúben Neves e Herrera foram os escolhidos para as baixas de Danilo e Brahimi e se o português trouxe muita certeza no passe, o mexicano voltou a andar por lá. Alternou o bom com o mau e empurrou Óliver muito para a esquerda.
Em relação ao jogo propriamente dito, tivemos uma primeira parte interessante onde, com o mínimo de acerto, o FC Porto podia ter saído para o descanso com o jogo decidido. Numa mistura de 4x1x3x2 com 4x3x3, Óliver e Diogo Jota iam alternando quem aparecia na esquerda e a equipa portista conseguiu colocar o Paços de Ferreira num colete de forças. As poucas vezes que os castores conseguiram sair em velocidade nada conseguiram criar. Deu a ideia que, também devido às oito baixas, Vasco Seabra preferiu ter uma equipa recuada.
Mas vamos lá então falar da falta de eficácia. Diogo Jota, por exemplo, apareceu duas vezes na cara de Defendi e, nas duas, perdeu o duelo. Óliver também viu o guardião negar-lhe golo, após uma transição rápida que o próprio começou ao cortar um passe do central Ricardo.
Mas o falhanço da noite tem de ser o de André Silva. Aos 12 minutos o internacional português é servido por Herrera, que apareceu muito bem a rasgar pela direita. O avançado português estava completamente sozinho na entrada da pequena área, mas acabou por se atrapalhar e desperdiçar.
Foram os piores 20 minutos do FC Porto na partida muito também por culpa de Corona e Maxi que não conseguiram criar quase nada na direita. O mexicano esteve mesmo mal na partida. Essa má fase levou Nuno Espírito Santo a ouvir os apelos que vinham da bancada e a colocar em campo Rui Pedro para lugar de Diogo Jota, um dos melhores no FC Porto.
Com Rui Pedro em campo o Dragão assumiu os dois avançados a jogar em cunha e os problemas passaram a ser mais para a defesa do Paços que, sempre bem organizada foi chegando, mesmo quando era apertada. Foi nessa fase que mais se sentiu a falta de Brahimi. Faltou um jogador que que tivesse o engenho de furar e criar desequilíbrios.
O dragão voltou a somar um nulo e NES teve a prova de que terá um problema neste mês de janeiro. Sem Brahimi e com Otávio lesionado vai faltar arte ao FC Porto e desta vez a arbitragem não poderá ser atacada.