Foi com sabor agridoce e sentimento bipolar que o FC Porto saiu de Copenhaga. Olhando ao desenho do grupo, e esquecendo que os dragões são claramente a equipa mais renomada das quatro, o empate foi mais um passo em frente para garantir o apuramento, se bem que, olhando o que a equipa produziu na segunda parte, ficou a sensação de que houve matéria suficiente para o triunfo.
Faltaram os golos, como tem sido habitual, num relvado a merecer avaliação negativa e reflexão da UEFA, pois o espetáculo foi bastante condicionado pelo estado escorregadio da pista...
Podia ser mesmo assim. Para um adepto distanciado de paixões pelos dois emblemas, a primeira meia hora foi para mudar de canal. Para um adepto de Copenhaga ou FC Porto, foi de alguma apreensão, já que nenhum viu a sua equipa jogar o que é habitual.
É verdade que uma igualdade beneficiaria mais os portistas, mas também não é menos verdade que havia a necessidade de uma resposta à amargura provocada pelo jogo em Chaves. Só que não dava para muito. O Copenhaga começou por exercer uma pressão alta que dificultou a saída portista desde trás e, depois, foi a tal questão do relvado, que não deixou que Otávio e Corona executassem como era esperado.
Um pouco melhor foi o Copenhaga. Bem a explorar o lado esquerdo do ataque (Maxi não está no seu melhor) e o jogo aéreo no último quarto de hora, se bem que igualmente mal a finalizar, a equipa de Solbakken também não fez o suficiente para se achar que o 0x0 ao intervalo era desajustado.
Que boas que terão sido as palavras de Nuno ao intervalo! As escorregadelas continuaram, o frio também, mas a atitude e, sobretudo, a inteligência foram tão diferentes...
Com uma intensidade incomparavelmente superior e com um desenho muito mais benéfico para a criação - o até então desaparecido Otávio passou para o lado de Óliver e Jota caiu para a esquerda - a equipa azul e branca tornou-se muito mais perigosa.
As oportunidades surgiram, como consequência, só que o problema de Chaves continuou. A finalizar, não houve forma de dar com a rede, ora por mérito de Olsen, ora por má direção dos remates. E os lamentos foram vários, de André Silva a Jota, passando por um Corona muito bem nas deambulações, embora incapaz de acertar nos cruzamentos.
O empate acabou por ter duplo sabor: foi interessante na perspetiva do apuramento, só que negativo para as aspirações de ainda chegar ao primeiro lugar do grupo - veremos se tal será mau no sorteio dos oitavos de final, onde o FC Porto tem tudo para estar.