Andorra foi o «empurrão» decisivo para André Silva desatar a marcar pela seleção nacional. O avançado de 20 anos aproveitou o embalo do golo de estreia, na sexta-feira, em Aveiro, e esta segunda-feira juntou-lhe mais três nas Ilhas Faroé, em nova goleada de Portugal por 6x0. Companheiro de ataque de Cristiano Ronaldo, André Silva experienciou a velha máxima do capitão: os golos são como o ketchup, só custam a sair...
Fernando Santos tinha alertado para o acréscimo de dificuldade que seria jogar nas Ilhas Faroé e, por isso, fez duas mudanças que indicavam precisamente essa convicção. William Carvalho regressou à posição de trinco, por troca com João Moutinho, e João Mário trocou com Bernardo Silva (e Antunes rendeu o lesionado Guerreiro).
E foi precisamente no pé direito de João Mário que nasceu a vantagem lusa, aos 12 minutos. O passe do médio ainda é desviado por Gregersen e André Silva, na cara de Nielsen, manteve a frieza e finalizou com sucesso. O avançado do FC Porto "pegava" onde tinha deixado frente a Andorra, visivelmente mais cómodo na pele de parceiro de CR7.
O golo madrugador originou precisamente aquilo que se adivinhava: Portugal assentou o seu jogo com paciência e na qualidade de passe, roubando qualquer iniciativa a uma equipa da casa que tentou mostrar desde o início os «dentes», especialmente nos duelos físicos; de pouco valeu, porque os campeões da Europa arrumaram com a questão em pouco mais de meia hora.
Aos 22 minutos, Ricardo Quaresma trocou as voltas a Davidsen na esquerda, fez o cruzamento e depois Nielsen e Gregerson fizeram praticamente o resto; atrapalhação entre os dois e um ressalto que André Silva aproveitou com um toque de cabeça de alto recorte. Aos 37', o ponta-de-lança estava novamente no sítio certo para finalizar uma bola rechaçada por Nielsen (o mesmo que lhe "tirou" o "póker" aos 70', com uma grande defesa).
O capitão não quis deixar o molho todo para André Silva e fez questão de lhe provar o sabor, aos 65 minutos, com um belo remate de pé esquerdo após combinação perfeita com João Mário. Já no período de descontos, novo golo de belo efeito assinado por João Moutinho, antes de João Cancelo fechar a meia dúzia. Denominador comum nos dois últimos golos de Portugal: Gelson Martins na assistência.