Na estreia europeia do FC Arouca houve um nome que sobressaiu: Rafael Bracali. O guarda-redes brasileiro rubricou uma exibição de luxo em Almelo, onde os arouquenses empataram de forma sensacional - e surpreendente - a uma bola, na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga Europa, depois de terem sido submetidos a um domínio intenso do Heracles.
Os primeiros minutos do FC Arouca na montra europeia podiam ter trazido, desde logo, dissabores, mas Navratil falhou de forma incrível na cara de Bracali (2'). Um sinal daquilo que estava para ser a cara do jogo. A raça e a entrega dos arouquenses foi de louvar, mas tudo o resto foi um misto de ineficácia holandesa e uma exibição de luxo de Bracali.
Aliás, Lito Vidigal bem pode agradecer ao guarda-redes brasileiro o facto de ter regressado de Almelo com a eliminatória em aberto. Perante a autêntica avalanche ofensiva do Heracles, Bracali foi um muro praticamente intransponível. Foram cinco intervenções soberbas que evitaram um resultado bem mais pesado para a equipa portuguesa.
Só aos 53 minutos é que o brasileiro foi batido. Gladon, avançado dos holandeses, apareceu nas costas de Hugo Basto para, de primeira, fazer o golo do Heracles. Uma vantagem justíssima, porque por esta altura já a turma holandesa tinha deixado pelo caminho cinco bolas de golo mais ou menos claras; e depois do golo não parou.
Os adeptos do Heracles vão seguramente memorizar o nome do guarda-redes brasileiro. Se até ao golo a exibição já tinha sido sensacional, depois da vantagem holandesa só deu Bracali. Uma, duas, três... cada vez que o Heracles se enquadrava com a baliza, estava lá Bracali. E isso é uma crítica em toda a linha à restante equipa.
O melhor Arouca existiu algures entre os 10 e os 25 minutos. Um quarto de hora em que a equipa de Lito Vidigal até parecia confortável e organizada, apesar de nesse período ter permitido duas ocasiões de golo ao Heracles. Uma ilusão. Perante o 6º classificado da última Liga holandesa, os 65 minutos seguintes foram de sufoco constante.
Até que o futebol escreveu mais um dos seus capítulos. Já em período de compensação, e depois de ter visto o Heracles criar 10 grandes ocasiões de golo, o FC Arouca chegou ao empate. Gegé cruzou da direita, há um desvio num defesa holandês e Walter González, na cara de Castro, tenta o remate, mas falha. Ainda assim o suficiente para iludir o guarda-redes do Heracles e permitir que a bola entrasse na baliza.