A Croácia passou por uma semana complicada. Primeiro foi o pai do capitão Srna que morreu durante o jogo frente à Turquia. Depois foi o treinador de guarda-redes que viu o seu pai partir. Se é certo que nada apaga a dor de perder um familiar, muito menos um pai, é também certo que o grupo croata tudo fez para dar uma alegria aos seus colegas em sofrimento. Dessa forma, emotiva, a Croácia esteve perto de vencer a República Checa. Um golo de Perisic e outro de Rakitic pareciam atirar a equipa para os oitavso de final, mas, nos últimos minutos, um golo de Skoda e um penálti cometido, de forma infantil, por Vida, e cometido por Necid, fizeram renascer os checos.
Pode-se considerar que o República Checa x Croácia foi um bom jogo, mas demorou até o ser. Foi preciso um golo, o de Perisic aos 37 minutos, para transformar uma partida que, por culpa dos checos, estava a tornar-se um longo bocejo. O meio-campo muito povoado da República Checa estava a anular as principais pedras construtivas da Croácia. A jogar sempre na expectativa e no erro do adversário, a República Checa parecia contente com o nulo, uma situação estranha visto que tinham perdido na primeira jornada frente à Espanha. Essa atitude checa só mudou quando Perisic, num lance individual, fez o primeiro golo.
Esse momento transformou o jogo. A República Checa percebeu que uma derrota os atirava para contas muito complicadas, e foi à procura do empate. Foi fácil de perceber que Rosicky quis assumir o jogo, mas a missão era quase impossível. As armas das duas equipas não eram iguais e quando os checos subiram as linhas destaparam atrás. Uma nova perda de bola foi fatal e, quando Rakitic apareceu isolado na cara de Petr Cech, era fácil de prever que o jogo ia morrer ali. O médio do Barcelona, com um toque de classe, fez o dois zero e percebeu-se que dificilmente os três pontos iam fugir à Croácia.
Foi apenas ilusão, porque a República Checa carregou com base no coração. Rosicky agarrou definitivamente o jogo e os checos melhoraram. Ainda assim, a Croácia podia ter feito o terceiro golo por Manzdukic. Não marcou a Croácia, marcaram os checos por Milan Skoda, que aproveitou um cruzamento de trivela de Rosicky. Já perto do fim, e depois de o jogo ter estado interrompido durante alguns minutos devido ao lncamento de tochas para o relvado, por parte dos adeptos da Croácia, uma infantilidade de Vida ofereceu o empate aos checos. O central colocou a mão à bola na área e, de panálti, Necid emaptou.
Este jogo voltou a confirmar que esta Croácia é uma equipa a ter em conta neste Campeonato da Europa. É certo que deixou fugir uma vantagem de dois golos, mas mostrou qualidade. Já a República Checa mostrou coração, mas deixou no ar alguma falta de qualidade ofensiva.