Sporting derrota Boavista
Despertador vermelho dá resultado para acordar leão (2x1)
Foi outra vez com dez jogadores que o Sporting conseguiu chegar à vitória diante do Boavista, que praticamente garante o playoff da Liga dos Campeões na próxima temporada. Tobias Figueiredo foi expulso no final da primeira parte, mas a equipa de Marco Silva, até então algo adormecida, jogou bem melhor com menos um, face a um Boavista que perdeu lucidez desde então.
Rosell outra vez titular
O médio espanhol repetiu a titularidade que tinha adquirido no Bonfim, tal como Tanaka. Mas só ficou em campo 33 minutos.
Fogo de vista
Ainda muitos nem estavam a olhar para o relvado quando o Sporting se colocou em vantagem. O cronómetro marcava somente 15 segundos de jogo e já Adrien Silva fazia a rede bailar e a bancada vibrar com o primeiro, ao aproveitar a boa pressão de João Mário a Philipe Sampaio, que acabou por cometer um disparate.
Adrien nem deixou que alguns adeptos se sentassem. ©Carlos Alberto Costa
O olhar mais desatento poderia achar que a caminhada seria tranquila do leão, sem pressas nem correrias. A pantera ficaria domada só pela pressão psicológica de sofrer logo a abrir, ainda mal a relva tinha sentido o rolar do esférico. Errado! Astuta e perspicaz, a turma de Petit reagiu de forma muito capaz e, perante um Sporting que já estava em vantagem, mas que ainda não estava no jogo, empatou pouco depois, num bom movimento de antecipação de Zé Manuel.
Zé Manuel não demorou a responder ©Carlos Alberto Costa
Tudo igual aos sete minutos e de volta à estaca zero, com leões e panteras a correrem no mesmo sentido. Sim, porque o Boavista deu mostra clara de não estar apenas contente com o empate. A equipa de Petit não mediu forças de igual para igual com o Sporting, mas também não precisou, pois os homens de Marco Silva mostravam lentidão de processos, circulação demorada e previsível e, em alternativa, também pouco poder na área para justificar o jogo flanqueado.
Em suma, um Sporting que precisava de agitação para contrariar um Boavista que acabou a primeira parte com mais remates que o adversário, o último dos quais por Zé Manuel, numa bomba à trave após cobrança de um livre central - por causa de uma falta de Tobias que motivou a sua expulsão.
Alterações constantes
Marco Silva, insatisfeito, tirou Rosell ainda na primeira parte e lançou Slimani, passando para um 4x4x2 que seria desfeito com a expulsão. Ao intervalo, ajustou para um 4x4x1, saindo Tanaka.
Na ida para os balneários, Marco Silva voltava a ter cenário idêntico ao da receção ao Penafiel: tinha 45 minutos para, com dez homens, alcançar a vitória, num contexto mais complicado.
Melhores com dez
A solução imediata do técnico foi tirar Tanaka e meter William Carvalho, para este se colocar ao lado de Paulo Oliveira no centro da defesa. O Sporting voltava a ter apenas um ponta de lança e tentava não perder equilíbrio, aumentando o critério no passe.
Slimani garantiu a vitória ©Carlos Alberto Costa
William Carvalho veio garantir isso mesmo. Não apenas condicionou os boavisteiros, que estranhamente se tornaram menos perigosos em vantagem numérica. Um fator que até parece ter servido para espicaçar um Sporting adormecido e lento até então.
Melhores na segunda parte, os sportinguistas festejaram já depois de uma soberba defesa de Mika a cabeceamento de Adrien Silva. Slimani, no jogo aéreo, é letal e acertou no alvo. Na frente do marcador, o Sporting passou a ser inteligente na posse, mais pragmático a gerir e concreto nas intenções.
O Boavista, por outro lado, optou por jogadores mais robustos, que permitissem à equipa tirar proveito das bolas paradas, a única forma de chegar com perigo à baliza de Rui Patrício. Mas, nesta altura, o leão já estava bem desperto. Com maior ou menor dificuldade, a equipa foi resolvendo os problemas e venceu de forma justa.