Benfica vence em Arouca
Adaptados ao gosto de vencer (1x3)
Foi preciso o melhor Benfica para derrotar um Arouca que se viu a vencer muito cedo e que assistiu a uma entrada muito débil da águia. Contudo, passado o período de reconhecimento, o conjunto de Jorge Jesus passou a caminhar de forma segura pelos terrenos arouquenses e contou com o melhor Lima para virar o marcador, num resultado que acabou por ser justo.
Júlio César titular
Havia a ideia de que Artur Moraes estaria em vantagem para manter o posto, mas Jorge Jesus pensou de forma diferente e lançou o internacional brasileiro.
Ao Arouca, nada melhor poderia ter acontecido do que o golo de Iuri Medeiros. Distração do Benfica a meio campo, nada estranho pela forma adormecida com que a equipa entrou em campo, e excelente trabalho do extremo sobre Eliseu, que ficou atarantado com os movimentos do arouquense.
Medeiros trabalhou muito bem sobre Eliseu ©Catarina Morais
Apanhado em vantagem, o conjunto de Pedro Emanuel sentiu-se como peixe na água. Jorge Jesus bem que tinha falado nas dimensões mais estreitas do relvado do Municipal de Arouca e o certo é que, nas primeiras bolas paradas (situações em que as águias conseguiam chegar à baliza de Goicoechea nos primeiros 20 minutos), as cobranças foram desastradas.
Esse foi, sem sombra de dúvida, o melhor período do Arouca. A mudança do Benfica pareceu começar a dar-se nas bancadas, entusiásticas no apoio aos encarnados e a atuarem como um despertador para a equipa: assim, de um momento para o outro, estava a turma de Jorge Jesus em cima do adversário, um pouco por mérito próprio, mas também com a sensação de que o Arouca recuou demasiado as linhas muito cedo.
Só que a ansiedade era visível na equipa, algo intranquila com os terrenos que pisava, algo presa na condução do jogo a meio campo e claramente dependente da 'entrada' em campo de Nico Gaitán. O argentino foi-se soltando da marcação de Balliu, descaindo para posições centrais, e a equipa começou a mostrar argumentos, até porque isso também passou a desbloquear as ações da dupla Lima e Jonas, perante a presença de mais um elemento.
Samaris ficou no balneário
Para a segunda parte, Jorge Jesus trouxe Talisca do banco e a equipa ganhou outra dimensão.
Por isso, o intervalo parecia chegar em boa altura para o Arouca, que terminava em bastantes dificuldades. Só que a segunda parte não foi um retomar de energias por parte da equipa da casa. Aqui sim, totalmente por mérito das águias. Entrada fulgurante no segundo tempo, a pressionar em toda a linha, a não deixar o adversário ter bola um minuto sequer.
Tudo mudou com a queda do sol
A mensagem de Jorge Jesus de certeza que terá sido dura e exigente. Acima de tudo, revelou-se muito certeira, pois os encarnados entraram totalmente decididos a mudar a partida e a segurar a vantagem de quatro pontos na tabela classificativa.
Lima liderou a revolução ©Catarina Morais
Consequência da pressão altíssima, surgiram os golos e outros lances de perigo muito perto. Num ápice, o Benfica tinha o jogo na mão e, se dúvidas existiam, a expulsão de Hugo Basto assim o sentenciou.
Não mais se voltaram a assistir a lances de perigo junto da baliza de Júlio César, um dos sete mil que gozaram da tarde solarenga e quente, de sensação primaveril e de afirmação encarnada, numa segunda parte de grande categoria e que ainda teria o terceiro para tirar dúvidas.
Para os últimos minutos, ainda teve margem para poupar Gaitán e Salvio ao perigo do cartão e para proporcionar minutos a Rúben Amorim. Deu também para Talisca receber o quinto amarelo, não jogando contra o SC Braga.