Benfica vence na Madeira
Benfica é categoria e anti-adversidade (0x4)
Um Benfica à prova de tudo. Têm sido muitas as contrariedades para Jorge Jesus, que nos Barreiros ficou sem Gaitán logo aos 15 minutos. Só que a equipa mostrou (mais uma vez) ser superior a qualquer individualidade e superou de forma coletiva a ausência do 10 argentino. De forma autoritária, impôs-se na casa do Marítimo e ultrapassou mais um duro obstáculo no campeonato.
Opções iniciais
Leonel Pontes surpreendeu com António Xavier, que entrou para o lado esquerdo do ataque e foi por aí que tentou atacar, sem grandes frutos. Jorge Jesus escolheu Salvio em vez de Ola John, mas seriam os dois igualmente decisivos.
Dizia José Saramago que «duas fraquezas não fazem uma fraqueza maior, fazem uma força nova» e parece ser essa a frase que predomina na cabeça de Jorge Jesus. Como o próprio já disse, este Benfica quase teve que criar duas equipas esta temporada, mas continua a mostrar boa consistência. Alcançou a nona vitória consecutiva e o sétimo jogo seguido sem sofrer, em partidas para o campeonato, e segue seguro na frente.
Fazer das fraquezas, forças
A entrada em jogo nem tinha sido muito boa para as águias, perante um Marítimo atrevido, e, quando Nico Gaitán se agarrou à coxa, a apreensão tomou conta das hostes encarnadas. A muitos, menos a Jorge Jesus, já mais do que vacinado a jogadores que ficam indisponíveis, pelas mais diversas razões.
Chamou de imediato Ola John, holandês que praticamente não aqueceu, mas que levou consigo a melhor arte para dentro do campo. Três minutos bastaram para um passe soberbo a encontrar Salvio nas costas da defesa. Com classe e alguma sorte à mistura, o extremo recebeu e finalizou.
Pelo que aconteceu na primeira parte, a vantagem era justa para as águias, que estiveram melhor no desafio, com praticamente a totalidade das oportunidades nesse período a serem criadas junto à baliza de José Sá.
Lima e Ola John marcaram ©Carlos Alberto Costa
Um Marítimo muito largo na disposição em campo era atrativo para os adeptos pela forma como se batia, mas também para o Benfica, que via os espaços no ataque aumentarem. Porém, a sociedade Jonas/Lima não mostrou acerto na finalização, ao contrário dos extremos, como se viria a verificar.
Extremos a funcionar
Na segunda parte, o Marítimo parecia mais encolhido e em bloco sem bola, na procura de bloquear precisamente aquilo que tinha falhado na primeira parte. Só que o acerto durou apenas 8 minutos. Abriu-se uma brecha do lado direito, Talisca foi exímio no passe e Ola John finalizou com classe.
Sem tempo para pensar numa reação, o Marítimo voltou a ser muito macio e consentiu o terceiro, num golpe de Salvio que arrumou com o desafio. Foi aí que o Benfica afrouxou ligeiramente, permitindo cinco minutos de atrevimento aos insulares.
No seu melhor período, a equipa de Leonel Pontes esteve muito próxima reduzir no momento mais bonito da partida. Danilo encheu o pé e disparou do meio da rua para uma soberba estirada de Júlio César, a desviar a bola para a trave. Foi, diga-se, um período curto de ascendente maritimista. O Benfica retomou a toada e ampliou por Lima para tons de goleada.
Até ao fim, o avolumar do marcador e as substituições acalmaram o ritmo da partida, ainda que esta tenha tido mais oportunidades junto das duas balizas. Vitória justa e esclarecedora da superioridade do Benfica, com o Marítimo a merecer o golo de honra.