O Atlético de Madrid poupou alguns jogadores no dérbi com o Real Madrid, a pensar no duelo com o FC Barcelona no próximo domingo, mas acabou por vencer os merengues por 2x0, esta quarta-feira, em jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Taça do Rei. A inteligência defensiva e pressão colocada em campo pelos rapazes de Diego Simeone foi decisiva.
Num claro 4x3x3, com James e Isco – bem mais que Bale - a servirem Benzema, o Real Madrid subiu ao relvado do Estádio Vicente Calderón a criar perigo nos primeiros minutos. O campeão europeu entrou mandão, autoritário e a tomar conta do jogo, criando várias situações de golo perante uma equipa colchonera a jogar em bloco baixo.
63' Change for Real Madrid: @Cristiano on, @jamesdrodriguez off #ATLvsRealMadrid #RMLive
— Real Madrid C.F. (@realmadriden) 7 janeiro 2015
Intenso, às vezes duro e com muitas faltas, o jogo correu com o embalo normal dado a um dérbi pelos adeptos, eternos seguidores dos seus emblemas. Com o avançar dos minutos e até ao intervalo, o Atlético tentou subir gradualmente as linhas de pressão, passado o período de maior pendor ofensivo do Real.
Amarrada, a partida foi com um nulo no placard para o intervalo. As várias alterações de parte a parte (mais do lado colchonero) explicavam a pouca qualidade existente numa partida com poucos espaços e pouco ritmo, isto comparando com os jogos mais recentes entre as duas equipas, bastante ricos em intensidade. Por isso, o jogo - que ameaçou ser aberto, espetacular mas rapidamente viu as equipas se encaixarem - pedia a entrada de Cristiano Ronaldo. Mas Ancelotti não abordou o começo da segunda parte com o internacional português.
Dentro do relvado, Atlético e Real levavam a cabo uma impressionante quantidade de passes falhados. Não se jogava bem, muito menos bonito. Eram muito poucos os momentos de emoção na partida. Só perto hora de jogo é que a partida cresceu em empolgamento. Sergio Ramos e Raúl García envolveram-se em agarrões de camisola dentro da área. O jogador colchonero, inteligente, caiu com Sergio Ramos e o árbitro assinalou grande penalidade. Na marca dos 11 metros, o mesmo Raúl García bateu Keylor Navas que ainda adivinhou o lado mas não conseguiu travar o forte remate.A perder, e sem surpresa, Ancelotti lançou em campo o português Cristiano Ronaldo. Restavam cerca de 30 minutos (mais os descontos) para o Real Madrid evitar a segunda derrota consecutiva da temporada, depois de ter perdido com o Valencia para o campeonato no último domingo. Naturalmente, a bola passou a estar com maior frequência nos pés de Ronaldo que tentava agitar o ataque dos merengues. Do outro lado, o Atlético, novamente com as linhas baixas, criava uma teia que o Real Madrid, desde o golo, não conseguia furar. A defesa colchonera concedia muito pouco espaço nas suas costas e os blancos não conseguiam surpreender nas diagonais. Bem a defender, os jogadores do Atlético mostraram que também sabem aproveitar as poucas ocasiões de golo que têm. Aos 76 minutos, na sequência de um canto, José Giménez saltou mais alto e cabeceou para o fundo das redes blancas.
A história do jogo ficou então decidida. Estas duas equipas voltam agora a medir forças na próxima semana, no Santiago Bernabéu, para decidir quem continua em prova nesta Taça do Rei.