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Werder Bremen

Texto por João Pedro Silveira
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Primeiros pontapés

O ano era 1899, o Império Alemão cimentava-se como a maior potência económica e industrial do continente. De Inglaterra chegavam à Europa novos ventos. A prática de diversos desportos à inglesa ia conquistando os europeus continentais. Em Brema, cidade do norte da Alemanha, que em tempo fora um dos portos mais movimentados da Europa, durante os tempos da liga hanseática, os negociantes e marinheiros ingleses eram uma visita recorrente. Com eles traziam os seus jogos e as bolas com que jogavam o seu foot-ball junto às frias águas do Wesser. 

Um pequeno grupo de estudantes da cidade ganhou um concurso desportivo, e como prémio, entre outros artigos, recebeu uma bola de futebol. Seria por causa dela que resolveram fundar um clube de futebol. A 4 de fevereiro de 1899, dezasseis rapazes fundaram o Fussballverein Werder von 1899. O nome deriva da pequena ilha fluvial - werder em alemão - no rio Weser, onde nas suas margens o grupo de rapazes treinava e fazia os seus jogos de treino.

O primeiro jogo de facto, seria disputado sete meses mais tarde, numa promissora vitória por 1x0 sobre o Allgemeinen Bremer Sportclub 1898. No ano seguinte, o clube foi um dos que esteve presente na histórica reunião, que deu lugar à fundação da Federação Alemã de Futebol (DFB), encontro que aconteceu em Lípsia. 

Crescimento

Com as primeiras vitórias, o Bremen atraiu diversos jogadores da região, criando uma equipa muito competitiva que conquistou diversos campeonatos locais, passando a participar nos torneios de acesso ao campeonato nacional alemão, através da participação nas competições da Norddeutscher Fussball Verband.

Tal era o sucesso do clube na atração de adeptos e apoiantes, que o Bremen se tornou no primeiro clube em toda a Alemanha a cobrar entradas a espetadores e a colocar um gradeamento à volta do campo, para impedir as invasões de campo.

O consulado de Jarburg

Durante a I Guerra Mundial, diversos clubes alemães - e pela Europa fora - estiveram muito perto do fim. O Werder Bremen foi um deles, pois muitos dos seus «rapazes» haviam perdido a vida nas cruéis trincheiras da Frente Ocidental. Sem jogadores, sem treinador, o presidente Hans Jarburg pôs mãos à obra e rapidamente relançou o clube. 

Desde 1919 que as mulheres foram autorizadas a tornarem-se membros, ao mesmo tempo que o futebol deixava de ser o único desporto praticado no clube, abrindo-se as portas a desportos tão distintos como o Ténis, Atletismo, Xadrez e mais tarde Beisebol e Cricket.
 
Nesse mesmo ano foi rebatizado de Sports Club Werder Bremen von 1899, e apesar dos novos desportos, o futebol continuou a ser a mais popular de todas as atividades jogadas no clube.  
 
A instituição que nem trezentos sócios tinha em 1914, antes do começo da I Guerra Mundial, contava agora já com mais de 1000, ao ponto dos «verdes e brancos» se verem na necessidade de mudarem para um novo recinto, o Weserstadion - o atual estádio - que seria inaugurado em 1924.

O grande Werder

Durante os anos seguintes o clube mudou de nome voltaria ainda a mudar de nome. De Sportverein Werder von 1899, passando por SV Grun-Weiß 1899 Bremen, até chegar ao atual SV Werder Bremen, nome que só seria adotado no final da II Guerra Mundial, em 1946.

Após consistentes presenças nos campeonatos regionais e na fase final do nacional, depois da conquista da Taça em 1961, o Bremen seria convidado para ser um dos membros fundadores da Bundesliga em 1963, onde conseguiu um décimo lugar na época de estreia (1963/64).

Na segunda edição, apesar do começo tremido, o Bremen acabou por discutir taco-a-taco a liderança com o Colónia, que ultrapassou definitivamente na 17ª jornada. Até ao final, com um outro percalço, manteve-se no topo da tabela, até reclamar para si o primeiro troféu de campeão alemão. 
 
Durante as edições seguintes do campeonato, os verdes balançaram entre boas prestações e alguns sustos, mantendo uma acesa rivalidade com os vizinhos de Hamburgo, o outro «grande» que desde a criação da Bundesliga participou sempre no primeiro escalão.  Contudo, em 1980, o Bremen caiu na segunda divisão, deixando para o vizinho e rival, essa honra única entre clubes alemães. Para recuperar o clube do segundo escalão, a direção foi buscar Otto Rehhagel, que se tornaria líder dos Grün-Weiß durante os próximos 14, e históricos anos...
 
Rei Otto
 
Rehhagel orientou os comandos dos «verdes e brancos» durante 14 épocas, liderando a equipa à conquista de seis troféus nacionais: as ##bundesligas de 1987/88 e 1992/93, as Taças de 1990/91 e 1993/94, e ainda as supertaças de 1993 e 1994. 
 
Mas a coroa de glória da era dourada do Werder Bremen foi arrebatada em pleno Estádio da Luz, em Lisboa, quando o Werder bateu o AS Monaco de Rui Barros e conquistou a Taça dos Vencedores das Taças em 1991/92.
 
Além dos 14 anos de Rehhagel, diversos jogadores vestiram a camisola do clube ao longo de diversas épocas. Deles todos, destacam-se Dieter Eilts, Dieter Burdenski e Marco Bode, com respetivamente 18, 16 e 13 épocas de «verde-e-branco».
 
Entre um dos mais fiéis ao emblema «verde-e-branco» está Thomas Schaaf, que entrou para o Werder em 1978, para jogar nos escalões de formação e defendeu a camisola do clube até 1995. Após pendurar as botas treinou as camadas jovens e a equipa de reservas, até assumir o cargo de treinador principal em 1999.
 
Liderou desde então o clube a diversas presenças na Liga dos Campeões, conquistando a dobradinha - Bundesliga e Taça - em 2004.Em 2005/06, o Werder Bremen conquistou a Taça da Liga alemã e três anos mais tarde a Taça da Alemanha, mas desde aí o histórico clube alemão tem vindo a estar afastado da conquista de títulos e em 2020/21 acabaria mesmo por descer ao segundo escalão do futebol alemão.

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