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      VfB Stuttgart

      Texto por João Pedro Silveira
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      Localizada em Bade-Vurtemberga, no sudoeste da Alemanha, na histórica encruzilhada que liga o norte às vizinhas França e Suíça, Estugarda foi sempre uma cidade aberta a novas influências. Desde o fim do século XIX que os desportos praticados em Inglaterra tinham chegado a estas paragens. Criando-se clubes para a prática do futebol, do râguebi, do críquete, mas também do ténis e da ginástica, um desporto que desde cedo se tornou numa verdadeira paixão nacional.

      O Verein für Bewegungsspiele Stuttgart nasceu a 2 de abril de 1912, pela fusão do Stuttgarter FV e do Kronen-Club Cannstatt, acordada no Hotel Concordia, em Cannstatt, um bairro emblemático da cidade. O clube surgiu por iniciativa de um grupo de estudantes proveniente de famílias da classe média com um gosto particular pelos desportos introduzidos pelos ingleses, como o futebol e o râguebi.

      Depois da fusão de 1912, a nova equipa, que combinava jogadores de dois plantéis, começou por disputar a Kreisliga Württemberg, antes de passar a disputar a Bezirksliga Württemberg-Baden, onde por três vezes ficou no pódio, antes de conquistar o título em 1927.
       
      Sucesso no III Reich
       
      Em 1933, deu-se a ascensão dos nazis ao poder em Berlim e a consequente reestruturação do país. Ainda no mesmo ano, Estugarda assistiu à inauguração do Adolf-Hitler-Kampfbahn, a nova casa do clube, que mais tarde seria conhecido por Neckarstadion, tornando-se com o passar dos anos num dos mais importantes estádios da Alemanha e do Mundo.

      Na nova sociedade idealizada por Adolf Hitler e seus esbirros, a Alemanha sofreria uma profunda transformação e o futebol não seria exceção, com as diversas competições a sofrerem uma reordenação geográfica que colocou o Stuttgart a jogar na Gauliga Württemberg, que venceria em 1935, 1937, 1938, 1940 e 1943, antes do sistema das Gauligas regionais colapsar entre 1944 e 1945, culpa do fim da Segunda Guerra Mundial e da invasão aliada. Durante o III Reich, intensificou-se uma grande rivalidade com o vizinho Suttgarter Kickers, rivalidade que perduraria no tempo.
       
      O grande momento desta primeira era "dourada" dos Die Roten seria a campanha de 1935, que culminou na final do Campeonato, perdida para o Schalke 04, num emocionante 6x4, jogado no Müngersdorfer em Colónia.
       
      Campeão da República Federal Alemã
       
      Terminado o conflito, o Stuttgart passou a disputar a Süddeutschen Oberliga, na casa Krone. Seria essa competição que o VfB venceria no ano seguinte, naquele que seria o primeiro título oficial conquistado na Alemanha do pós-guerra, entretanto dividida em R.F.A. (ocidental) e R.D.A. (oriental).
       
      Em 1950, o clube chegou pela segunda vez à final do campeonato nacional, que conquistou, depois de levar de vencida o Offenbacher Kickers por 2x1, perante 96 mil espetadores que lotavam o Estádio Olímpico de Berlim. Contam as crónicas, que uma multidão ainda maior, calculada em mais de cem mil pessoas, esperou o regresso dos «vermelhos» no átrio da estação central da cidade e nas artérias em redor, numa das maiores provas de clubismo do futebol alemão.
       
      Dois anos depois, no Südweststadion em Ludwigshafen am Rhein, seria a vez do Saarbrücken ser batido pela superioridade dos schwaben (3x2) e por uma exibição inspirada de Otto Baitinger, autor de dois dos três golos. 
       
      Uma época volvida, o Stuttgart perdeu a final para o Kaiserslautern (1x4), perdendo a possibilidade de conquistar o tricampeonato, feito que ficaria adiado para 1984. No entretanto conquistou duas taças da Alemanha, em 1954 e 1958, que ajudaram um pouco a mitigar a ausência de vitórias no campeonato.
       
      Anos 80
       
      Convidado a fazer parte da primeira edição da Bundesliga em 1963, o Stuttgart nunca conseguiu impor-se aos rivais, ficando longe dos lugares da frente, acabando por cair de divisão em 1975, ano em que chegou à liderança Gerhard Mayer-Vorfelder, que transformaria o clube, iniciando uma revolução no Stuttgart.
       
      Regressaria então em 1977/78 para conseguir um histórico quarto lugar, a melhor posição de sempre na Bundesliga. Seguiu-se um vice-campeonato e dois terceiros lugares. O sonho de conquistar a Bundesliga aproximava-se. Na equipa brilhava então o defesa Karlheinz Förster, além de Hansi Müller e do avançado Ottmar Hitzfeld. 
       
      O nono lugar em 1981/82 preocupou os adeptos, mas na época seguinte, um novo terceiro lugar provou aos fãs dos die roten que podiam contar com o Suttgart para altos voos. O título chegaria finalmente em 1983/84, numa grande equipa assente na classe e segurança de Guido Buchwald e Karlheinz Förster, que no banco contava com o experiente Helmut Benthaus.
       
      Em 1986, nova presença na final da Taça, com uma derrota pesada contra o Bayern (5x2). Todavia, a final mais importante da história do clube chegaria em 1988/89. Depois de eliminar os húngaros do Tatabánya, o Dinamo Zagreb, Groningen, Real Sociedad e Dynamo Dresden, o Stuttgart encontrou o grande Nápoles de Maradona na final. Em Itália, uma derrota por 2x1 deixou tudo em aberto, graças ao golo de Maurizio Gaudino. Porém, o segundo jogo começou com um golo italiano que dificultava as contas. 
       
      Jürgen Klinsmann ainda empatou, mas os napolitanos marcaram novamente, e por duas vezes, para decidir a final. Os dois golos apontados na segunda parte, nada valeram mais que o empate. No fim, Maradona e companhia fizeram a festa em pleno Neckarstadion, para desilusão dos adeptos «vermelhos».
       
      Em 1991/92, o Stuttgart conquistou o seu quarto Campeonato - segundo na Bundesliga - depois de uma das mais disputadas corridas de sempre para o título, terminando à frente do Dortmund, graças à melhor diferença de golos. 
       
      O novo milénio
       
      Krassimir Balakov, remained after Giovane Elber and Fredi Bobic
      Krassimir Balakov, Giovane Elber e Fredi Bobic formavam o triângulo mágico que levou o Estugarda a mais um troféu, a Taça da Alemanha de 1997. Comandados por Joachim Löw, fariam furor na época seguinte - mesmo que sem o brasileiro - chegando à final da Taça dos Vencedores das Taças, perdida para os ingleses do Chelsea
       
      Löw não renovou e seria substituído por Schäffer, que ao fim de uma época saía, juntamente com o presidente Gerhard Mayer-Vorfelder, que abandonava o clube 25 anos depois de iniciar o seu "reinado".
       
      A crise deixaria o histórico clube em maus lençóis, levando a uma nova aposta nas escolas que deu fruto em 2007, com a conquista do quinto Campeonato, numa equipa onde se destacavam os jovens Mário Gomez e Samui Khedira. 
       

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