1947/48: O Campeonato do Pirolito
Texto por João Pedro Silveira
As contas do título eram fáceis de fazer: ou o
Sporting vencia por três ou mais golos de diferença ou dizia adeus ao título. Mas para os «cinco violinos» não havia impossíveis e
Peyroteo fez quatro golos (contra um dos benfiquistas) e o
Sporting festejou o campeonato, que passou para a história como o «campeonato do pirolito».
A verdade é que o
Sporting ainda perdeu um jogo, à 24.ª jornada, com o Vitória de Setúbal no Bonfim (0x1), mas pôde respirar de alívio ao tomar conhecimento que o
Benfica fora derrotado em Elvas por 1x2. Dizia-se então, que os dirigentes do
Benfica tinham prometido dinheiro e um fato novo a cada jogador sadino, se estes conseguissem parar o
Sporting. Os vitorianos conseguiram e o
Benfica teve de cumprir a promessa, mesmo que o triunfo sadino tenha sido em vão... Para culminar uma época de sucesso, o
Sporting conquistaria ainda a Taça de
Portugal, batendo os azuis de Belém na final do Jamor por 3x1.
E porquê pirolito? Porque nesses tempos cinzentos em que não havia muitas opções de escolha no que concerne a refrigerantes e sumos engarrafados em
Portugal, já para não falar da coca-cola proibida por Salazar, o «pirolito» era uma bebida gasosa famosa que encantava miúdos e graúdos. A característica mais importante dessa bebida é que a tampa não era uma vulgar carica, mas sim um berlinde, um «pirolito».
Um «pirolito», um berlinde, uma pequena bola... e dado que foi pela diferença de uma singela bola que atravessou a linha de golo que o
Sporting foi campeão, os benfiquistas não demoraram muito a apodar o feito leonino de "campeonato do pirolito", e o nome pegou.