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    Boca Juniors

    Texto por João Pedro Silveira
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    Com dezoito títulos internacionais, o Club Atlético Boca Juniors é, juntamente, com o AC Milan, o clube que mais troféus conquistou em competições internacionais. 

    O mais amado dos clubes do «País do Tango», lar de jogadores como Caniggia, Verón, Palermo, Riquelme, Batistuta ou Tévez, treinado por alguns dos grandes mestres das «canchas» argentinas como Di Stéfano, Bianchi, Basile, Menotti ou Bilardo, tem em Diego Armando Maradona, xeneize de coração, o seu maior símbolo.

    Boca

    Casas coloridas, uma imagem de marca do Bairro de La Boca em Buenos Aires, que nos primeiros anos do século XX era habitado maioritariamente por emigrantes provenientes de Génova, Itália.
    Boca, um bairro situado no limite sudeste da cidade de Buenos Aires, sempre teve uma alma própria.  Foi uma das suas enseadas que Pedro de Mendoza escolheu para a primeira fundação da cidade de Buenos Aires.
     
    Com o passar dos tempos, apesar da pouca profundidade das águas, tornou-se o porto da colónia, o epicentro da cultura porteña. Mas seria já depois da independência da Argentina que começaram a chegar os emigrantes italianos de Génova, a última «peça do puzzle» para formar a Boca que o mundo hoje conhece.
     
    Os xeneizes, como eram conhecidos os genoveses, deram nova alma a Boca, chegando em tempos a proclamar a independência do bairro, como prova mais do que evidente do seu génio e força.
     
    A fundação e as cores da Suécia
     
    Esteban Baglietto - um dos cinco jovens que fundaram o Boca Juniors, seu primeiro Presidente, foi na sua casa, situada na Rua Ministro Brin 1232, que nasceu o clube no dia 3 de abril de 1905.
    E seriam  Esteban Baglietto, Alfredo Scarpatti, Santiago Sana e os irmãos Juan e Teodoro Farenga, cinco rapazes xeneizes, que fundaram o Club Atlético Boca Juniors, no dia 3 de abril de 1905.
     
    Como todas as grandes histórias, o Boca Juniors também tem as suas lendas que remontam à fundação do clube. E nenhuma será mais famosa que a história da escolha da célebre camisola azul com a barra amarela... 
     
    Após a utilização de alguns equipamentos distintos, Juan Brichetto, o presidente do clube, trabalhador na ponte sobre o Riachuelo - pequeno rio que atravessa boca, que sugeriu que o clube adotasse as cores da bandeira do primeiro navio que atravessasse a ponte no dia seguinte.  Um barco sueco foi o primeiro a passar pela ponte, e o Boca Juniors adotou o azul e amarelo do país escândinavo como as suas cores oficiais.
     
    O «Superclásico»
     
    Os primeiros anos foram difíceis. Clube humilde, formado por operários, com uma base de apoio sustentada nos humildes trabalhadores do porto, nos estivadores e marinheiros, que na sua maioria eram imigrantes ou descendentes de italianos, o Boca Juniors foi destacando-se, primeiramente no Bairro, depois nas zonas limítrofes da cidade e por fim em toda a Buenos Aires. 
     
    Ao longo de toda a história do Boca, há um jogo que marca a história do futebol argentino, o grande dérbi que opõem o Boca aos seus rivais do River Plate, que têm as suas origens também no bairro da Boca, nascidos também no seio da comunidade genovesa.
     
    O primeiro «Superclásico do futebol argentino», devidamente documentado, foi disputado a 24 de agosto de 1913, quando as duas equipas se defrontaram pela primeira vez numa partida oficial, na «cancha» do Racing, com a vitória a sorrir ao River Plate.
     
    As primeiras ligas
     
    Em 1913 começou a participar na I Divisão nacional, onde conquistou o primeiro título de campeão em 1919. Um ano depois, houve uma cisão no futebol argentino, e o Boca continuou a participar na I Divisão organizada pela Associação Argentina de Futebol, enquanto outros clubes, entre eles o River Plate, passaram a disputar uma liga paralela. 
     
    Em 1925, a fama do clube ultrapassou fronteiras e o Boca Juniors tornou-se o primeiro clube argentino a fazer uma tour na Europa.
    Durante o período das duas ligas, o Boca sagrou-se campeão em 1920, 1923, 1924 e 1926, conquistando o primeiro troféu do campeonato unificado em 1930. Repetiria a conquista do título na época que sucedeu, na primeira edição do campeonato profissional.
     
    Com a conquista dos campeonatos de 1934 e 1935, festejaria o primeiro bicampeonato e até 1945 conquistaria seis dos primeiros quinze campeonatos, tal e qual o rival River Plate.
     
    La Bombonera e a travessia do deserto
     
    A inauguração do Estádio Alberto J. Armando, La Bombonera [a caixa de bombons] em 1941 inaugurou uma nova era no Boca Juniors. E seria nesse histórico palco, que os xeneizes escreveriam algumas das mais belas páginas da sua história.
     
    Mas os primeiros anos da sua nova casa não foram muitos felizes. Entre 1944, e a conquista de um novo bicampeonato, até 1954, o Boca fez a travessia do deserto, com um longo jejum de títulos, enquanto o vizinho e rival River Plate conquistava troféus com uma equipa maravilhosa, apelidada de «La Máquina». 
     
    De volta aos títulos e a primeira final da Libertadores
     
    Adeptos xeneizes, numa homenagem a Carlos Bianchi, nas imediações de La Bombonera.
    Não há tempestade que não dê em Bonança, e entre 1955 e 1957 o Boca festejou a conquista do seu primeiro «tri». Voltaria a festejar o campeonato em 1962 e na época seguinte disputou a primeira final da Taça Libertadores que perdeu para o de Pelé.
     
    Alfredo Di Stéfano, velha glória do River na década de quarenta, chega ao Boca 1969 para treinar a equipa. Lidera os xeneizes na conquista de mais um título, consagrado na última jornada em casa do histórico rival.
     
    No topo do Mundo
     
    Durante os anos 70 o Boca conquistou mais três campeonatos, mas a glória seria atingida depois da chegada de Juan Carlos Lorenzo ao leme do clube, com a conquista das duas primeiras Taça Libertadores(1977 e 1978), e a conquista da Taça Intercontinental em 1977 contra o Borussia Mönchengladbach, em que após o empate a 2x2 em Buenos Aires, obrigou o Boca a conseguir na Alemanha uma das vitórias mais importantes da sua história, batendo os «verdes» por 0x3, coroando-se Campeão do Mundo de Clubes.
     
    Em 1981, chega proveniente do Argentino Juniors, o mais famoso jogador que alguma vez vestiu a camisola azul e amarela do Boca: Diego Armando Maradona. Com a sua magia, o Boca conquista o Campeonato Metropolitano, mas uma época depois é incapaz de manter a estrela que sai para os espanhóis do FC Barcelona.
     
    O Boca de 1981, vencedor do Campeonato Metropolitano, onde se destacava Diego Armando Maradona.
    E durante sete anos o clube voltou a atravessar uma nova seca de títulos, que seria interrompida com a conquista da Supercopa Sul Americana (1989), o primeiro de três troféus internacionais conquistados até 1992.
     
    A era dourada das tripletas: Palermo e Riquelme
     
    Seguiram-se as conquistas dos torneios de abertura (1992 e 1998) e de clausura (1999), antes do mágico ano de 2000 em que o Boca conquista a tripleta: Apertura, Taça Libertadores e Taça Intercontinental, numa equipa onde se destacavam Palermo e Riquelme, e que no ano seguinte volta a conquistar a Libertadores.
     
    2003 consagra uma nova equipa que conquista uma segunda tripleta (Apertura, Libertadores e Intercontinental) com Tévez como principal figura. Um ano depois chega mais uma copa sul-americana, que antecipa a conquista de mais uma tripleta (Apertura, Recopa e Copa Sul-Americana) com a dupla Martín Palermo e Rodrigo Palacio a serem decisivos numa equipa brilhantemente liderada por Alfio Basile, que em 2006 conquistaria novamente a Clausura e a Recopa. 
     
    O regresso de Riquelme
     
    Juan Roman Riquelme, após Maradona, é o idolo mais amado pela «torcida xeneize».
    Ricardo La Volpe sucedeu a Alfio Basile, mas seria o regresso de Juan Román Riquelme (2007) que foi fundamental para nova conquista da Taça Libertadores e a Recopa e a Apertura em 2008.
     
    O fim da primeira década do novo milénio, viu um Boca menos poderoso, afastado da luta pelos títulos, ao mesmo tempo que o seu rival entrava numa crise sem precedentes que culminou com a descida de divisão do River Plate em 2011 que tornou o Boca Juniors no único histórico do futebol argentino a nunca descer de divisão desde que disputa o primeiro escalão do futebol no País das Pampas

    Comentários

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    motivo:
    Boca Juniores
    2012-04-05 15h34m por -2bolasbemgrandes-
    gosto deste clube
    Boca Juniors. . .
    2012-04-03 12h47m por DirectivoUltras93
    Um dos maiores clubes do mundo. . . Pena que este ano não tivéssemos sido brindados pelo grande clássico argentino "Boca-River". . .
    Estádio
    Estádio Alberto Jacinto Armando (La Bombonera)
    Lotação57446
    Medidas100x65
    Inauguração1940