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    Liga dos Campeões 2018/2019
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    Liverpool x Barcelona: a definitiva loucura em Anfield

    Texto por Jorge Ferreira Fernandes
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    Enquanto templo do futebol mundial, Anfield viveu ao longo destas décadas algumas das noites mais emocionantes, espetaculares e bonitas do desporto-rei. Um estádio que viu nascer craques, referências, que foi símbolo daquilo que devia ser o comportamento ideal dos adeptos num recinto desportivo. Um campo absolutamente mágico, com um dos topos mais reconhecidos do planeta futebolístico (The Kop), que viveu várias reviravoltas, mas nenhuma tão especial como aquela de 7 de maio de 2019. 

    O Barcelona apareceu na cidade dos Beatles com uma grande vantagem, de três golos (3x0), construída em Camp Nou. A tarefa era praticamente impossível para Klopp e as ausências de Firmino e de Salah complicavam ainda mais a tarefa. O certo é que, com uma grande dose de inspiração, uma pontinha de sorte, um Alisson inspirado entre os postes e uma personalidade para dar e vender, os reds fizeram história, num 4x0 que chocou o futebol internacional e, pelo segundo ano consecutivo, Ernesto Valverde e a sua equipa. 

    Em Camp Nou, parecia ter ficado tudo decidido @Getty / Catherine Ivill
    Antes de entrar propriamente no jogo de Liverpool, importa recordar aquilo que aconteceu uma semana antes, em Camp Nou. Uma primeira-mão que não deixou de surpreender pelo resultado, algo mentiroso face ao rendimento deixado em campo pelos reds, num palco complicado e extremamente exigente para o mais forte dos adversários. Nessa noite, na Catalunha, nem as oportunidades, nem a boa filosofia de jogo, nem a consistência tática valeu à turma de Jurgen Klopp. o talento de todos os jogadores do Barcelona e de, principalmente, Lionel Messi fez a diferença num construir de marcador desequilibrado e que não abriu muito boas perspetivas para a segunda-mão. 

    Para piorar ainda o contexto, o Liverpool foi obrigado a receber o seu adversário e a tentar uma reviravolta praticamente impossível sem 2/3 do seu trio atacante. Roberto Firmino e Salah não contavam para a partida de Anfield e Klopp tinha um verdadeiro problema para resolver. Não que o plantel fosse fraco, mas a verdade é que Origi e Shaquiri apresentavam-se a uma larga distância daquilo que os titulares conseguiam produzir. O ponta de lança belga, curiosamente, poucos dias antes da segunda-mão, já tinha feito uma espécie de ensaio-geral, ao oferecer três pontos na visita ao terreno do Newcastle. 

    Valverde e os fantasmas de Roma repetidos @Getty / Shaun Botterill
    Anfield enchia para um desafio quase utópico. Não era só marcar três ou quatro golos ao poderoso Barcelona. Era não sofrer, quando Messi deslumbrava e parecia praticamente imparável. A verdade é que desde o início se sentiu que, apesar das ausências, os reds estavam prontos a aproveitar desde logo o fator casa, mas também uma certa fragilidade catalã, bem visível um ano antes, quando a Roma foi capaz de bater por 3x0 o conjunto de Valverde e seguir rumo às meias-finais. Mais do que não dominar, os blaugrana tinham dificuldades em controlar este tipo de jogos. 

    Foi preciso esperar apenas sete minutos para que a esperança se apoderasse das bancadas de Anfield. Henderson invadiu o último terço, rematou, Ter Stegen defendeu para onde não devia e, então, apareceu Origi para finalizar sem grandes dificuldades. Uma grande entrada que não teve grande consequência, pois o Barça foi capaz de criar duas/três grandes oportunidades logo nos minutos seguintes. Começava a aparecer Messi, na finalização e no passe, e Alisson, capaz de travar com todos os seus recursos as diferentes tentativas do adversário. 

    Wijnaldum bisou antes da cambalhota total @Getty /
    Klopp tinha de fazer alguma coisa. O Liverpool estava bem, mas ainda precisava de muito mais para conseguir a tal reviravolta. A decisão de lançar Gini Wijnaldum revelou-se mais do que acertada. O holandês, para além da qualidade técnica, trouxe uma grande capacidade para aparecer com perigo no último terço. Em três minutos, o médio conseguiu cometer a proeza de empatar a eliminatória. Primeiro, apareceu de rompante para dar a melhor sequência ao grande cruzamento de Arnold; depois, cabeceou de forma magistral, qual avançado, depois de uma bola colocada na área por parte de Shaqiri. 

    Quando todos esperavam o prolongamento, porque a partida baixava de intensidade, Arnold descobriu uma das formas mais criativas de bater um canto. A defesa do Barcelona ainda se preparava para estar posicionada da melhor forma quando o jovem internacional inglês, contra todas as expetativas, colocou a redondinha à frente de Origi. O belga foi um pouco mais rápido do que quem estava ao redor e atirou a contar para o quarto. E a euforia instalou-se, definitivamente, num palco onde parece que estas coisas estão destinadas a acontecer. 

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    jogos históricos
    U Terça, 07 Maio 2019 - 20:00
    Anfield
    Cuneyt Cakir
    4-0
    Divock Origi 7' 79'
    Gini Wijnaldum 54' 56'
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    Estádio
    Anfield
    Anfield
    Inglaterra
    Liverpool
    Lotação54800
    Medidas101x68
    Inauguração0