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    Centenario: o Templo do Rio de La Plata

    Texto por João Pedro Silveira
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    Nasazzi, Scarone, Andrade, Ghiggia, Schiaffino, Francescoli, Recoba, Forlan, Cavani... os grandes jogadores uruguaios de todas as gerações, pisaram o relvado do majestoso Centenario. Mas também ali brilharam Stábile, Vavá, Pelé, Romário, só para citar alguns nomes que pisaram o relvado que é mais que um campo de futebol, é um mito, o mito do futebol uruguaio, um monumento vivo à história do jogo, o local onde se disputou a primeira final de um Campeonato do Mundo.

    Para comemorar o centenário
     
    Quem entra no Centenário de Montevideu não pode deixar de se sentir «esmagado» pela imensidão do anfiteatro, coroado com a torre altaneira que lhe define a silhueta, que é símbolo do estádio, da cidade e até do próprio país. 
     
    O Centenario foi construído para albergar o primeiro Campeonato do Mundo da FIFA, como uma dupla homenagem ao Uruguai. Os cem anos da proclamação da Constituição Uruguaia de 1830, promulgada a 28 de junho de 1830 e jurada pelo povo em 18 de julho do mesmo ano; e a merecida homenagem à dupla conquista nos torneios olímpicos de futebol de 1924 em Paris e 1928 em Amesterdão, que valeu ao Uruguai a fama de melhor equipa do mundo e o epíteto de «Celeste Olímpica». Jules Rimet, o então presidente da FIFA, foi o grande apoiante do projeto uruguaio, mesmo enfrentando o boicote e a desistência generalizada das nações europeias.
     
    Em 1930 o Uruguai construía o maior estádio do mundo para receber a competição que Rimet sonhara para o mundo: o Campeonato do Mundo de futebol.
    Durante nove meses, uma imensidão de uruguaios e trabalhadores emigrantes, edificaram do nada o imponente estádio que iria receber a primeira edição de um Campeonato do Mundo. As fortes chuvas que assolaram o Uruguai antes nos meses que antecederam a competição, atrasando a construção, impedindo o estádio de estar pronto para a o pontapé de saída. Rimet acompanhou de perto os últimos dias das obras, aceitando a recomendação do Comité Organizador de se realizarem os primeiros jogos noutros estádios, até ao término das obras. Só uma semana depois do esperado é que o gigantesco estádio com lotação para cem mil espetadores seria inaugurado. Era então o maior estádio do mundo. Um gigante para honrar o futebol, que já era uma paixão nacional uruguaia.
     
    Pontapé de saída
     
    Às três da tarde do dia 13 de julho, o Estádio Pocitos em Montevideu recebeu a honra que era devida ao Centenario, aproximadamente mil espetadores assistiram ao pontapé de saída do mundial, o jogo em que a França venceu o México por 4x1, iniciando a longa aventura do Campeonato do Mundo que ao longo dos anos apaixonou o planeta.
     
    Enquanto os jogos se iam realizando no Estádio Pocitos e no Estádio Parque Central, as obras iam terminando no Centenario, que ficou pronto para receber o primeiro jogo a 18 de julho, a estreia do Uruguai na competição, contra o Peru. O jogo foi equilibrado, para desespero dos 70 mil espetadores, que só respiram fundo quando a «Celeste Olímpica» se adiantou no placard, graças a um golo de Héctor Castro, aos 65 minutos.
     
    A partir de 18 de julho, todos os jogos tiveram lugar no Centenario, entre eles a meia final entre a Jugoslávia e o Uruguai, que os casa venceram por 6x1, perante 93 mil espetadores, um recorde que nunca foi superado no Estádio Centenario, nem sequer na final contra a vizinha e rival Argentina. 
     
    A grande final
     
    Montevideu acordou com o ambiente que antecipa os grandes momentos. Dezenas de barcos cruzavam o Rio de La Plata, transportando de Buenos Aires para a Banda Oriental, os argentinos que vinham assistir à final. Os portões do estádio foram abertos às oito horas, seis horas antes do apito nacional do belga Langenus. Antes do jogo, surgiu um desentendimento que acabou por ofuscar a preparação do jogo, porque ambas as equipas estavam mais preocupadas com que bola seria usada no jogo do que com qualquer preparação.
     
    O Uruguai marca mais um golo na final do Campeonato de 1930, na vitória uruguaia por 4x2, até hoje o jogo mais importante disputado no espetacular anfiteatro de Montevideu.
    Dirigentes trocaram acusações e teria que ser a FIFA a tomar a decisão salomónica de cada seleção jogar com a sua bola numa parte do jogo. Por sorteio, os visitantes jogaram com a sua bola na primeira parte, enquanto os anfitriões forneceram a sua para o segundo tempo.
     
    Dorado marcou o primeiro golo para os da casa, mas os argentinos viraram o jogo até ao intervalo... No segundo tempo, o Uruguai deu a volta para 4x2. Por curiosidade, cada equipa venceu enquanto jogou com a sua bola...
     
    Um talismã nacional
     
    Depois da conquista do mundial de 1930, o Centenario continuou a ser um talismã dos uruguaios, com a Celeste a conquistar todas as Copas Américas que tiveram final no estádio (1942, 1956, 1967 1995), assim como o Mundialito organizado em 1980, para comemorar o cinquentenário da conquista do primeiro mundial. (1)
     
    Com o passar dos anos foi perdendo lotação, até aos 65.235 espetadores atuais, que se dividem pelas quatro emblemáticas bancadas: A tribuna América - em homenagem ao continente americano -, a Tribuna Olímpica, que como o nome indica, recorda as façanhas dos anos vinte, e as tribunas Colombes e Amesterdão, que recordam os dois estádios onde o Uruguai conquistou o título Olímpico. Dentro das suas bancadas encontra-se o histórico Museu do Futebol, onde além de recordar a história do estádio e do futebol uruguaio e suas conquistas, pode ainda encontrar entre outras atrações, as camisolas de Pelé e Maradona.
     
    A 18 de julho de 1983, a FIFA declarou o Centenario como Monumento Histórico do Futebol Mundial, validando a opinião de Jules Rimet que já no longínquo ano de 1930, considerada o anfiteatro de Montevideu o «templo mundial do futebol».
     
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    (1) - Cinco das seis seleções que já tinham conquistado o Campeonato Mundial e a então vice-campeã Holanda, encontraram-se num torneio em que os anfitriões venceram, batendo os brasileiros na final.
    Dorado marcou o primeiro golo para os da casa, mas os argentinos viraram o jogo até ao intervalo... No segundo tempo, o Uruguai deu a volta para 4x2. Por curiosidade, cada equipa venceu enquanto jogou com a sua bola...Nasazzi, Scarone, Andrade, Ghiggia, Schiaffino, Francescoli, Recoba, Forlan, Cavani... os grandes jogadores uruguaios de todas as gerações, pisaram o relvado do majestoso Centenário. Mas também ali brilharam Stábile, Vavá, Pelé, Romário, só para citar alguns que pisaram o relvado que é um mito, o mito do futebol uruguaio, um monumento vivo da história do jogo, o local onde se disputou a primeira final de um Campeonato do Mundo.
     
    Para comemorar o centenário
     
    Quem entra no Centenário de Montevideu não pode deixar de se sentir «esmagado» pela imensidão do anfiteatro, coroado com a torre altaneira que lhe define a silhueta, que é símbolo do estádio, da cidade e até do próprio país. 
     
    O Centenário foi construído para albergar o primeiro Campeonato do Mundo da FIFA, como uma dupla homenagem ao Uruguai. Os cem anos da proclamação da Constituição Uruguaia de 1830, promulgada a 28 de junho de 1830 e jurada pelo povo em 18 de julho do mesmo ano; e a merecida homenagem à dupla conquista nos torneios olímpicos de futebol de 1924 em Paris e 1928 em Amesterdão, que valeu ao Uruguai a fama de melhor equipa do mundo e o epíteto de «Celeste Olímpica».
     
    Durante nove meses, uma imensidão de uruguaios e trabalhadores emigrantes, edificaram do nada o imponente estádio que iria receber a primeira edição de um Campeonato do Mundo. As fortes chuvas que assolaram o Uruguai antes nos meses que antecederam a competição, atrasando a construção, impedindo o estádio de estar pronto para a o pontapé de saída. Rimet acompanhou de perto os últimos dias das obras, aceitando a recomendação do Comité Organizador de se realizarem os primeiros jogos noutros estádios, até ao término das obras. Só uma semana depois do esperado é que o gigantesco estádio com lotação para cem mil espetadores seria inaugurado.
     
    Pontapé de saída
     
    Às três da tarde do dia 13 de julho, o Estádio Pocitos em Montevideu recebeu a honra que era devida ao Centenário, aproximadamente mil espetadores assistiram ao pontapé de saída do mundial, o jogo em que a França venceu o México por 4x1, iniciando a longa aventura do Campeonato do Mundo que ao longo dos anos apaixonou o planeta.
     
    Enquanto os jogos se iam realizando no Estádio Pocitos e no Estádio Parque Central, as obras iam terminando no Centenário, que ficou pronto para receber o primeiro jogo a 18 de julho, a estreia do Uruguai na competição, contra o Peru. O jogo foi equilibrado, para desespero dos 70 mil espetadores, que só respiram fundo quando a Celeste Olímpica se adiantou no placard com um golo Héctor Castro, aos 65 minutos.
     
    A partir de 18 de julho, todos os jogos tiveram lugar no Centenário, entre eles a meia final entre a Jugoslávia e o Uruguai, que os casa venceram por 6x1, perante 93 mil espetadores, um recorde que nunca foi superado no Estádio Centenário, nem sequer na final contra a Argentina. 
     
    A grande final
     
    Montevideu acordou com o ambiente que antecipa os grandes momentos. Dezenas de barcos cruzavam o Rio de La Plata, transportando de Buenos Aires para a Banda Oriental, os argentinos que vinham assistir à final. Os portões do estádio foram abertos às oito horas, seis horas antes do apito nacional do belga Langenus. Antes do jogo, surgiu um desentendimento que acabou por ofuscar a preparação do jogo, porque ambas as equipas estavam mais preocupadas com que bola seria usada no jogo do que com qualquer preparação. Dirigentes trocaram acusações e teria que ser a FIFA a tomar a decisão salomónica de cada seleção jogar com a sua bola numa parte do jogo. Por sorteio, os visitantes jogaram com a sua bola na primeira parte, enquanto os anfitriões forneceram a sua para o segundo tempo.
     
    Dorado marcou o primeiro golo para os da casa, mas os argentinos

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