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A 27 de maio de 1987 já tinham passado 8412 dias desde que uma equipa portuguesa vencera uma competição europeia quando o canto direto de João Morais dera a Taça dos Vencedores das Taças ao Sporting.
Mais... Desde que o Benfica vencera o Real Madrid, em Amesterdão, que tinham passado 9156 dias desde que uma equipa portuguesa vencera a Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Este era o peso da história nos ombros dos jogadores portistas. Levantar bem alto o nome de Portugal e, depois da longínqua década de sessenta, voltar a trazer um grande troféu internacional para terras lusas sem nunca esquecer que, três anos antes, em Basileia, o FC Porto perdera a final da Taça das Taças para a Juventus de Platini e Boniek.
Talvez o significado histórico da vitória justifique a festa portista e verdadeiramente nacional que invadiu o nosso país nessa noite primaveril de 1987. A «orelhuda» voltava para Portugal sempre agarrada às mãos do capitão do FC Porto, o eterno número dois, João Pinto.
O «sonho comanda a vida»
Se é verdade que o Bayern não podia contar com Augenthaler, o FC Porto chegava ao grande jogo sem duas referências: o central Lima Pereira e o goleador-símbolo Fernando Gomes, o bibota, que tão fundamental fora na caminhada até ao Prater.
Os portistas prepararam-se para o grande momento e os alemães estavam confiantes. Franz Beckenbauer, selecionador nacional germânico, era o espelho desse excesso de confiança e ditava que só um terramoto poderia abater a força do Bayern.
Udo Lattek tentava acalmar a euforia. Era muito perigoso menosprezar um adversário numa final...
Mas tudo isso parecia distante quando Kögl fez o 1x0. Os jogadores do FC Porto estavam tolhidos pelo peso do palco e da responsabilidade e nem as "fitinhas mágicas" de Delane Vieira pareciam salvar os azuis e brancos do que mais parecia uma derrota certa.
O Danúbio Azul
Chegou o intervalo e Artur Jorge falou ao coração dos jogadores. Quem esteve naquele balneário não esquece. As palavras do treinador foram o tónico necessário. O resto é história e ficou para a lenda do futebol...
Paulo Futre fez uma jogada que o próprio Diego Armando Maradona não desdenharia inventar e virou o jogo. Depois, Rabah Madjer terminou de calcanhar uma jogada que ainda hoje todo o portista sabe de cor...
Minutos depois, o mago argelino assistiu Juary para o 2x1. O FC Porto dava a volta e João Pinto nunca mais largaria aquela Taça. O dragão era Campeão da Europa de clubes! Nunca, desde os tempos de Johann Strauss II, o Danúbio fora tão azul...