O melhor jogador checo de todos os tempos, eleito por Pelé para lista dos 100 melhores de sempre da FIFA. ##Internacional 63 vezes pela Checoslováquia, ao serviço da qual marcou dez golos e foi vice-campeão mundial em 1962.
Médio elegante e senhor de um futebol requintado, Josef Masopust marcou uma era no futebol do seu país, tornando-se reconhecido, dentro e fora de fronteiras.
Um nome para memorizar
A história conta que quando a comitiva checoslovaca chegou ao Chile em 1962 para disputar o Campeonato do Mundo, o nome dos jogadores checoslovacos provocou grandes confusões nos serviços de fronteira no aeroporto.
Horas depois, no hotel destinado à equipa checoslovaca, tanto o nome como o sobrenome de Josef Masopust seriam mal escritos no registo de hotel.
Passado um mês, poucos seriam os chilenos que não sabiam o seu nome de cor. Mas não era todos os dias que um checoslovaco pegava numa bola e começava a fintar, um, dois, três brasileiros. Masopust era esse tipo de jogador, com habilidade superior, uma técnica refinada e uma classe que faziam dele um eleito do jogo. Não é qualquer um que brilha e se destaca pela técnica num jogo contra o Brasil, ainda menos quando do outro lado estão Djalma e Nilton ##Santos, Didi, Vavá, Garrincha ou Pelé.
A quantidade de jogadores de qualidade gerados pelo futebol checoslovaco e os seus sucessores da República Checa e Eslováquia, é impressionante. Mas apesar dos grandes nomes e estrelas daí provenientes, a verdade é que nenhum jogador ainda atingiu o patamar de Masopust, Ballon d´Or da France Football precisamente em 1962, fruto das excelentes exibições em terras chilenas, durante o Campeonato do Mundo em que ajudou a sua Checoslováquia a chegar à final.
Um torneio para a memória
Uma vitória sobre a Espanha (1x0) e um empate com o Campeão do Mundo Brasil garantiram a qualificação para a segunda fase, mesmo depois de uma derrota com os mexicanos no último jogo do grupo. Masopust ficou em branco na primeira fase, assim como nos quartos e meias finais.
A Checoslováquia superiorizou-se à poderosa Hungria e nas meias finais bateu a Jugoslávia, marcando novo encontro com o Brasil na final em Santiago.
Masopust apontou o primeiro golo do jogo, e o único que marcou durante todo o torneio. O Brasil reagiu e rapidamente empatou, acabando por vencer 3x1, assegurando a conquista do bicampeonato mundial.
Era a despedida dos grandes palcos para Masopust, que quatro anos antes na Suécia, não conseguira brilhar num grupo com Alemanha Ocidental, Irlanda do Norte e Argentina.
A Checoslováquia perdera com os adversários europeus e humilhara a Argentina (6x1), mas acabaria por cair no jogo de desempate com os irlandeses, que assim seguiram para os quartos de final.
Dois anos depois conduziu a Checoslováquia até às meias-finais da primeira edição do Campeonato da Europa, com a equipa checoslovaca a ser eliminada pela futura vencedora da prova, a União Soviética de Lev Yashin.
Uma máquina de conquistas
A nível interno, Masopust brilhou ao serviço do histórico Dukla de Praga. Entre 1952 e 1968, jogou 386 jogos oficiais e apontou 79 golos, conquistando oito campeonatos nacionais e quatro taças da Checoslováquia
No fim da carreira teve autorização para emigrar para a Bélgica, onde vestiu a camisola do Crossing Molenbeek, emblema do futebol belga. Tinha 37 anos e assumiu o papel de treinador-jogador, iniciando uma carreira no banco que o conduziria mais tarde à seleção nacional checoslovaca, já depois de ter passado pelo seu Dukla.